Caminhos da Reportagem acompanha combate ao fogo na Chapada dos Veadeiros

Publicado em 09/11/2017 - 08:49 e atualizado em 09/11/2017 - 09:25

Programa analisa causas do incêndio florestal e mostra como mobilização coletiva evitou tragédia pior

Há menos de um mês o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, sofreu com a maior queimada da sua história. Foram mais de sessenta mil hectares atingidos, o equivalente a 28% da área da unidade de conservação. O incêndio mobilizou governos, corpo de bombeiros do estado de Goiás e do Distrito Federal, a Força Aérea Brasileira, brigadistas e centenas de voluntários do Brasil todo.

O Caminhos da Reportagem desta quinta (9), às 22h, na TV Brasil, investiga as possíveis causas e as ações de combate ao fogo. O programa mostra também como a mobilização de moradores, turistas e voluntários foi fundamental para que a área atingida não fosse maior.

Um dos biomas mais antigos e ameaçados do planeta, o cerrado está acostumado a lidar com o fogo, que faz parte do seu processo de renovação. O doutor em botânica Abel Soares explica essa dinâmica.

"A vegetação de savana, historicamente, vem sofrendo com o fogo. Então, é um processo natural do cerrado. Há milhares de anos, ele era ocasionado por efeitos naturais, relâmpagos, grandes quantidades de matéria orgânica no solo. Hoje em dia a gente pode relacionar o fogo aos fatores humanos, que são as queimadas provocadas pelos fazendeiros, um pitoco de cigarro jogado na vegetação".

Durante entrevista para o Caminhos da Reportagem, o gestor do Parque Nacional, Fernando Tatagiba, faz uma denúncia grave. "A gente pode afirmar com 100% de certeza que esse fogo teve origem humana. Porque o fator de ignição são os raios. E quando esse incêndio teve inicio, o céu estava azul, não tinha nuvens, nem pra chuva, nem pra raios. Então, foi humana". Afirma.

A investigação das origens do incêndio está sob a responsabilidade da Polícia Federal, que ainda não se manifestou. O Ministério Público Federal também abriu inquérito para investigar se o fogo foi ateado intencionalmente ou não.

Se, de um lado, a ação do homem pode ter sido responsável pela destruição, por outro, foi fundamental para que o fogo não avançasse. Centenas de voluntários foram para a Chapada dos Veadeiros auxiliar o trabalho dos brigadistas e dos bombeiros. Moradores se mobilizaram e transformaram suas casas em pontos de apoio, recebimento de suprimentos e distribuição de alimento.

"A gente foi se organizando a medida da demanda. A gente montou uma equipe de cozinha. Uma das casas virou estoque. Todas as geladeiras viraram estoque", conta Silvia Hennel, idealizadora do grupo Rede contra Fogo e moradora da Chapada. A equipe também conversa com Ana Solange, produtora rural que perdeu boa parte da sua propriedade.

Além da ação dos voluntários, o programa vai mostrar como a vida dos moradores do entorno do Parque foi afetada pelo fogo, a discussão em torno do aumento da área de conservação e as possibilidades de recuperação do cerrado, bioma conhecido como “berço das águas”.

Serviço:
Caminhos da Reportagem – quinta-feira (9), às 22h, na TV Brasil.

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