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Defensoras do aborto temem retrocessos na legislação sobre o tema

Criado em 27/05/15 21h22 e atualizado em 27/05/15 21h20
Por Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil Edição:Fábio Massalli Fonte:Agência Brasil

Véspera do Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, feministas em ato na Praça XV, defendem a descriminalização do aborto e destaca o alto índice de mortes em abortos clandestinos (Fernando Frazão/Agência Brasil)

O ato para lembrar o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna foi batizado de Fiesta de las MuertasFernando Frazão/Agência Brasil

Defensoras do aborto temem que a composição atual do Congresso possa levar a retrocessos na legislação sobre o tema, que atualmente permite a interrupção da gravidez em casos específicos, como estupro, malformação fetal e risco de morte para a mãe. Para lembrar o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, que se comemora nesta quinta-feira (28), manifestantes fizeram um protesto, na noite de hoje (27), na Praça 15, no centro do Rio.

Pintadas com rostos lembrando a morte, elas montaram uma espécie de altar, com velas acesas, flores e lápides pretas com nomes de mulheres que morreram recentemente por se submeterem a abortos em clínicas clandestinas. O ato foi batizado de Fiesta de las Muertas.

“O Congresso tem forças conservadoras muito fortes, tentando não só impedir uma legislação neste sentido [de liberação], como também retroceder nos direitos já conquistados. Temos mulheres sendo incriminadas pelo aborto, passando por uma verdadeira via crucis, muito maltratadas nas delegacias e nos hospitais, quando vão procurar socorro”, disse Carla Gomes, socióloga e pesquisadora sobre aborto, uma das organizadoras do ato.

A ativista Angela Freitas, da Articulação de Mulheres Brasileiras, também alertou para possíveis derrotas no atual Congresso, que tem demonstrado um viés conservador:  “Está acontecendo no Brasil uma tentativa de retrocesso em uma lei que já é atrasada. Eu acho que o aborto é uma questão de saúde pública. Muitas mulheres abortam no país, mas isso acontece em condições clandestinas, prejudiciais à saúde e à vida delas”.

Pessoas que passavam pelo local, assistiam à performance e os discursos das ativistas, mas se diziam contra o aborto. “Eu sou contra. Têm várias formas de se prevenir, vários métodos anticoncepcionais. Fazer o aborto por quê? Elas estão lutando pela mulher que morre. Mas e a criança que estão matando?”, indagou a vendedora de churrasquinho Ingrid de Almeida Evaristo.

“Temos várias medidas para evitar abortar um filho. Camisinha, anticoncepcional. Em caso de estupro, eu acho que tudo bem, pois a mulher não deve ter o filho de um bandido. Mas sou contra o aborto, até porque gostei de ter nascido”, disse o aposentado Rui Nogueira Neto.

De acordo com as ativistas, acontecem cerca de 1 milhão de abortos por ano no Brasil e a cada dois dias morre uma mulher no país por aborto clandestino, sendo que as complicações da prática a quinta maior causa de morte materna no país. Segundo elas, o aborto é legalizado em 61 países e o Brasil está entre os que ameaçam com cadeia as mulheres que abortam.

Editor Fábio Massalli
Creative Commons - CC BY 3.0

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