one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Imagem: Antonio Cruz/ABr

Compartilhar:

Presidente preso da Eletronuclear depõe e nega recebimento de propina

Criado em 31/07/15 18h00 e atualizado em 31/07/15 18h09
Por André Richter Edição:Jorge Wamburg Fonte:Agência Brasil

Em depoimento prestado ontem (30) à Polícia Federal, o presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, negou ter recebido propina do consórcio vencedor da licitação para a construção da Usina Nuclear Angra 3. Othon foi preso na terça-feira (28), na 16ª fase da Operação Lava Jato.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF), o presidente licenciado recebeu cerca de R$ 4,5 milhões para favorecer o consórcio. Conforme a acusação, as empresas Camargo Corrêa, UTC, Andrade Gutierrez, Odebrecht, EBE e Queiroz Galvão repassavam recursos para empresas intermediárias, que transferiam a propina para Othon.

Aos delegados da PF, Othon afirmou que nunca exigiu ou recebeu vantagem financeira, e não recebeu orientação do governo federal e de partidos para cobrar doações financeiras das empreiteiras.
“Inclusive alegações nesse sentido deixam o declarante consternado, pois nunca agiria dessa forma, sendo que tem atuação profissional reconhecida e de longa data, e jamais se prestaria a uma situação destas”, diz trecho do depoimento.

Othon também declarou à Polícia Federal que foi convidado pelo ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau para colocar “ordem na casa”. Segundo ele, em 2005, a Eletronuclear estava em más condições e como era conhecido na área, assumiu o cargo.

Sobre a empresa Aratec Engenharia, Othon afirmou que os pagamentos recebidos pela empresa, por meio da Eletronuclear, e citados pela acusação,  ocorreram  antes da assinatura do contrato com o consórcio de Angra 3. Os valores, segundo ele, referem-se a serviços de tradução prestados por sua filha. À PF, o presidente licenciado disse que passou o comando da empresa para sua filha, após ingressar na estatal.

Segundo o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da Operação Lava Jato, o  Ministério Público Federal e a Polícia Federal conseguiram provas de que a empresa Aratec Engenharia recebeu “pagamentos vultosos” de empreiteiras investigadas, como Andrade Gutierrez, e que fazem parte do consórcio Angramon, que venceu a licitação.

Othon também explicou aos delegados que pediu afastamento da presidência da Eletronuclear após ter noticia de que Dalton Avancini, ex-executivo da Camargo Correa, assinou acordo de delação premiada com os investigadores da Lava Jato.

Othon afirmou que não queria prejudicar a estatal, pois uma auditoria foi aberta, por exigência do órgão do governo dos Estados Unidos que investiga o mercado financeiro, tendo em vista que a estatal tem ações na bolsa norte-americana.

A 16ª fase da Lava Jato, batizada de Radioatividade, foi desencadeada a partir do depoimento de Dalton Avancini. Na delação, ele revelou a existência de um cartel nas contratações de obras da usina nuclear Angra 3 e chegou a citar Othon Luiz Silva como beneficiário de propinas.

Editor Jorge Wamburg

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário