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Na ONU, papa condena exclusão social e pede regulação de sistema financeiro

Criado em 25/09/15 13h13 e atualizado em 25/09/15 13h31
Por Leandra Felipe – Correspondente da Agência Brasil/EBC Edição:Denise Griesinger Fonte:Agência Brasil

Em seu discurso hoje (25), na sede das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o papa Francisco fez uma ampla defesa dos direitos humanos e da proteção ao meio ambiente. Ele fez críticas ao lucro indiscriminado de organismos financeiros que não estão submetidos ao interesse coletivo, defendendo, inclusive, a regulação desses organismos. O Papa discursou diante de 150 chefes de Estado e de governo, entre eles a presidenta Dilma Rousseff, reunidas na Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável..

Ele chamou a gestão econômica global de '"irresponsável" e disse que a economia mundial não deve ser guiada pela ambição e riqueza. Defendeu que os organismos financeiros internacionais devem se comprometer com o financiamento do desenvolvimento sustentável dos países. "Os organismos financeiros internacionais deveriam promover o progresso, ao invés de submeter as populações a mecanismos de maior pobreza, exclusão e dependência", declarou.

Durante os 35 minutos de discurso, o Papa tocou em vários pontos presentes na Agenda de Desenvolvimento Sustentável Pós-2015, a chamada Agenda 2030. Em diversos momentos chamou os líderes a combater a exclusão social e cobrou, dos países mais desenvolvidos, maior comprometimento com a principal meta do documento: a eliminação da pobreza extrema do mundo.

Proteção ambiental

O papa Francisco também enfatizou a defesa do meio ambiente e disse que "a sede de poder e a propriedade material sem limites”, são fatores que favorecem a manutenção da miséria. Ele lembrou que a "destruição da biodiversidade ameaça a própria existência da espécie humana" e, ao defender o desenvolvimento sustentável, criticou a cultura do descarte.

Para o papa, o mau uso do meio ambiente está relacionado com os processos de exclusão social, em um mundo onde "os mais pobres também são descartados da sociedade". O pontífice pediu que todos os países cumpram as promessas e metas propostas conjuntamente pelos países-membros da ONU e que se esforcem para combater os efeitos do aquecimento global.

O papa Francisco também citou a Conferência sobre o Climpa, que vai ocorrer em dezembro, em Paris, e se disse otimista com a assinatura de um acordo global sobre o tema.

Fundamentalismo religioso e diplomacia

O papa Francisco citou a perseguição aos cristãos em alguns países, sobretudo no Oriente Médio e no Norte da África e a intolerância religiosa. "É uma situação dolorosa ver estes cristãos e patrimônios culturais e religiosos destruídos", frisou.

Ele elogiou o acordo para o fim da atividade nuclear no Irã – sem citar o país, como resultado da boa vontade política de líderes mundiais. "O recente acordo sobre a questão nuclear em uma região sensível da Ásia e do Oriente Médio é uma prova das possibilidades da boa vontade política e do direito exercitados com sinceridade, paciência e constância", disse.

Em outro momento do discurso, defendeu o combate a vários tipos de crimes, como o narcotráfico, a lavagem de dinheiro e o tráfico de seres humanos. Para ele, o narcotráfico mata milhões de pessoas silenciosamente e não é suficientemente combatido.

Ao iniciar seu discurso, o Papa mencionou importância da ONU, em seus 70 anos de ação, como organismo de mediação. "A história da comunidade organizada de estados representada pela ONU é uma história de importantes êxitos comuns, em um período de inusitada aceleração dos acontecimentos", disse.

Antes do discurso no Plenário, o Papa se reuniu com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e fez uma declaração rápida aos funcionários das Nações Unidas, agradecendo o trabalho deles e pedindo orações. "Rezem por mim", pediu.

 

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