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Réu nega participação e alega que foi torturado para confessar o crime
Criado em 16/08/12 17h51
e atualizado em 16/08/12 17h57
Por Camila Maciel
Edição:Lana Cristina
Fonte:Agência Brasil
São Paulo – Elcyd Oliveira Brito, um dos acusados de participar do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel negou hoje (16) envolvimento no crime. A versão é diferente da de outros depoimentos que foram dados por ele à Polícia Civil e à Justiça.
O réu disse que foi torturado e pressionado por policiais e promotores de Santo André a confessar o assassinato. Elcyd apresentou sua defesa no início do julgamento do caso, que ocorre no Fórum de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.
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Celso Daniel foi executado com oito tiros em janeiro de 2002. Ele foi sequestrado quando saía de um jantar com o empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado de ser o mandante do crime e também amigo do então prefeito. O corpo de Celso Daniel foi encontrado dois dias depois na Estrada das Cachoeiras, em Juquitiba, cidade vizinha de Itapecerica da Serra.
De acordo com o Ministério Público (MP) do Estado de São Paulo, Elcyd estava na caminhonete que interceptou o veículo do prefeito. Ele é acusado de homicídio duplamente qualificado mediante pagamento e sem possibilidade de defesa para a vítima.
Após o interrogatório do réu, o promotor de Justiça do caso, Márcio Augusto Friggi de Carvalho, fez uso da palavra para apresentar a acusação, por cerca de duas horas. Durante a exposição, ele sustentou a tese de que a morte de Celso Daniel teve motivações políticas e contestou o argumento da defesa de que Elcyd não conhecia os outros envolvidos no crime. “Eles foram condenados juntos por formação de quadrilha em outro processo”, declarou.
Depois do recesso para almoço, o julgamento retornou para a sustentação oral dos advogados de defesa. A previsão é que a sessão perdure até as 19h, conforme estimativa do juiz Antonio Augusto Galvão Hristov.
Durante a manhã, o julgamento de outro acusado, Itamar Messias Silva dos Santos, que também seria feito hoje, foi adiado a pedido do advogado de defesa, Airton Jacob Gonçalves Filho. Dentre os motivos alegados, está o fato de que o MP apresentou nova versão dos fatos e que, diante disso, será necessário rever a estratégia de defesa do cliente. Ele não adiantou qual seria o novo fato.
Esta é a segunda vez que o julgamento de Itamar é adiado. Em maio deste ano, o advogado abandonou o júri depois de o juiz negar o pedido para que o caso fosse julgado separadamente. Na ocasião, outros três acusados foram condenados pela morte de Celso Daniel. Ivan Rodrigues da Silva, José Edison da Silva e Rodolfo Rodrigo dos Santos receberam, respectivamente, as penas de 24, 20 e 18 anos de prisão. Em novembro de 2010, Marcos Bispo dos Santos já havia sido condenado a 18 anos. O julgamento de Itamar foi remarcado para o dia 22 de novembro.
Após o julgamento de Elcyd e de Itamar, restará apenas o julgamento do acusado de ser o mandante do crime, o Sombra. Os advogados dele travam uma batalha jurídica para tentar impedir a condenação. Eles questionam a legalidade do atuação do MP, que trabalhou diretamente na investigação criminal, função que caberia à polícia. O Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, deu parecer favorável ao prosseguimento da ação penal contra o empresário.
Edição: Lana Cristina
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