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Policiais militares, civis e fuzileiros navais ocupam desde as 5h deste domingo o Complexo do Caju, na zona portuária do Rio

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Acompanhamento psicológico ajuda policiais militares a enfrentar momentos de tensão

Criado em 20/06/13 18h55 e atualizado em 20/06/13 19h21
Por Cristina Indio do Brasil Edição:Nádia Franco Fonte:Agência Brasil

Ocupação do Complexo do Caju
Para Caldas, o comportamento da multidão pode ser ameaçador para o policial (Tânia Rêgo/ Agência Brasil)

Rio de Janeiro – O acompanhamento psicológico oferecido aos policiais militares do Rio de Janeiro ajuda a prepará-los para enfrentar situações de estresse intenso, como as manifestações que vêm ocorrendo no estado, disse hoje (20) o porta-voz da corporação, coronel Frederico Caldas. “Eles são submetidos a uma pressão muito forte, são provocados, xingados. Enfrentar isso requer um equilíbrio muito grande”, destacou Caldas.

Para ele, o comportamento da multidão pode ser ameaçador para o policial, que precisa ter o equilíbrio necessário para usar, se for o caso, a força na medida exata. Segundo o coronel, a Polícia Militar tem procurado conscientizar seus profissionais para a importância de identificar quem está trabalhando nos atos públicos. "Isso envolve, naturalmente, os jornalistas, que estão ali cobrindo as manifestações, pessoas que estão passando nas ruas, famílias".

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Caldas lembrou que, no protesto de segunda-feira (17), os policiais ficaram “em situação de absoluta vulnerabilidade” durante conflito causado por um grupo que depredou o prédio da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), bancos e lojas da região, no centro da cidade. Sete policiais ficaram encurralados em uma agência bancária e, em uma inversão de papéis, acabaram saindo de lá com a ajuda de empregados e de manifestantes, que pediam a pacificação do movimento.

“Não é algo que faça parte da nossa rotina. Normalmente, é o policial, por ser um agente do estado e detentor da força, guardião da lei. Imaginar que ele esteja saindo de um estabelecimento com sua integridade e segurança garantidas por quem está ali se manifestando, de fato não corresponde à rotina do policial”. Caldas citou também casos como o de policiais que usaram armas de fogo para afastar um grupo que batia em um colega de tropa jogado ao chão por manifestantes. “São situações que requerem mais atenção do policial, que, nesse caso, está exposto a risco extremo".

Para Paulo Storani, que foi policial do Batalhão de Operações Especiais do Rio de Janeiro (Bope) e hoje é mestre em antropologia e consultor em segurança, em um momento de tensão, o preparo psicológico ajuda o profissional a tomar decisões que têm de ser rápidas. “[Esse preparo] faz com que o policial seja capaz de compreender a dimensão e a natureza de sua função e tenha conhecimento exato dos limites de sua função". Com isso, mesmo em situações turbulentas, o profissional torna-se capaz de tomar decisões compatíveis com o Estado Democrático de Direito, explicou Storani.

Na avaliação de Storani, nos protestos dos últimos dias, a polícia teve ação "mais retraída", evitando a intensificação da violência, mesmo com a entrada entre os manifestantes de pessoas dispostas a promover desordem e depredações. “Ninguém bem-intencionado  vai para uma manifestação levando um coquetel molotov na mochila, não leva toucas ninja", disse o consultor. "Como a ação foi criticada por parte da mídia, a polícia retraiu-se, acertadamente, e tentou outra metodologia de gerenciamento do conflito, mais comedida e tolerante com os limites que foram determinados e não podem ser ultrapassados", ressaltou Storani.

A Agência Brasil tentou conversar com profissionais do Núcleo de Psicologia da Policia Militar do Rio, mas, segundo a assessoria da corporação, eles estão muito envolvidos com a segurança tanto das manifestações quanto da Copa das Confederações e não podem dar entrevista esta semana.

Edição: Nádia Franco

Creative Commons - CC BY 3.0

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