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Índio é morto em área em conflito no sul da Bahia

Criado em 04/09/13 19h37 e atualizado em 04/09/13 20h03
Por Alex Rodrigues Edição:Fábio Massalli Fonte:Agência Brasil

Brasília – Um índio tupinambá foi encontrado morto na madrugada desta terça-feira (3) em uma comunidade entre as cidades de Ilhéus e Una, no sul da Bahia. A morte foi confirmada à Agência Brasil por uma das lideranças da aldeia onde o índio vivia e pela Fundação Nacional do Índio (Funai), mas ambos demonstraram ainda não ter certeza sobre o que de fato ocorreu.

Em nota, a Funai informou que o índio morreu em “circunstâncias ainda não esclarecidas” e que está aguardando o resultado da perícia para poder se manifestar sobre o assunto. Uma equipe de técnicos da fundação indigenista vinculada ao Ministério da Justiça foi enviada hoje (4) para acompanhar e dar assistência aos indígenas. A Polícia Federal (PF) está apurando o caso, mas a reportagem não conseguiu falar com os responsáveis pela delegacia federal em Ilhéus.

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Pascoal Pedro de Souza, uma das lideranças da Aldeia Indígena Serra das Trempe, diz que, segundo testemunhas, Dilson “Cipó”, como o índio morto era conhecido, é mais uma das vítimas do conflito fundiário que tem gerado confrontos entre índios e produtores rurais.

“Ele morreu ontem de madrugada. O Dilson estava com o Régis [outro índio] em uma fazenda ocupada no domingo [4] quando, segundo as testemunhas, começaram os tiros. O Régis foi atingido de raspão no braço e conseguiu correr. O Dilson não”, disse Souza, a partir do relato do próprio Régis e de outros índios que se encontravam na aldeia no momento da ocorrência. “O Régis diz que, no escuro, não conseguiu ver de onde vinham os tiros. Já pedimos providências à Funai e acionamos a PF”, disse Souza, acrescentando que a vítima tinha mulher e duas filhas e que, vindo de Porto Seguro, onde também tinha parentes, havia se reunido ao movimento indígena, no sul da Bahia, há cerca de quatro meses.

Localizada a cerca de 462 quilômetros de Salvador (BA), Ilhéus fica na região conhecida como Serra do Padeiro, onde, nos últimos meses, índios ocuparam várias propriedades rurais. O foco maior do conflito está na cidade de Buerarema, mas há também fazendas ocupadas em Una e em São José da Vitória, além de Ilhéus. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os índios tomaram posse de 80% da área que eles reivindicam como território tradicional.

As ocupações, que os índios classificam como “retomada do território sagrado”, foi a forma encontrada pelos tupinambás para exigir do governo federal a conclusão do processo de demarcação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença. A área de 47.376 hectares (um hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol oficial) foi delimitada pela Funai em 2009. Desde então, os índios cobram que o Ministério da Justiça expeça a portaria declaratória, reconhecendo-a como território tradicional indígena. Feito isso, ainda será preciso aguardar que a Presidência da República homologue a área.

Na mesma região, segundo a PF, um trabalhador rural foi atingido  por um tiro na coluna durante uma ocupação indígena a uma fazenda no sul da Bahia, nessa segunda-feira (2). No Hospital de Base de Itabuna, para onde ele foi levado, foi diagnosticado que ele teve uma vértebra seccionada, com lesão na coluna, e corre o risco de ficar paraplégico.

No último sábado (29), a Justiça Federal suspendeu nove liminares favoráveis a fazendeiros da região, autorizando os índios que haviam ocupado as propriedades a permanecerem nas áreas. A decisão acirrou ainda mais o clima de tensão na região.

Edição: Fábio Massalli

 

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