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Itaóca- Moradores de Itaóca, localizada no Vale do Ribeira, região sudeste do Estado de São Paulo, contabilizam prejuízos e buscam por desaparecidos depois de enchente que atingiu o município no último dia 12

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Comunidade do Guarda Mão teve dez das 12 mortes confirmadas em Itaóca

Criado em 15/01/14 17h58 e atualizado em 15/01/14 18h18
Por Camila Maciel Edição:Aécio Amado Fonte:Agência Brasil

Itaóca (SP) – A aproximadamente 3 quilômetros do centro de Itaóca, o bairro do Guarda Mão foi o mais afetado pela enxurrada, do último domingo (12), que devastou o município do Alto Vale do Ribeira. Das 12 mortes já confirmadas, dez são de moradores da comunidade. Entre os desaparecidos, o número também é alto, dez dos 15 são dessa área. O acesso ao bairro está complicado, porque a rua foi destruída pela força da água. Emaranhados imensos de troncos de árvores e lama bloqueiam a estrada que leva ao vilarejo.

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Com dor no corpo, tontura e sonolência, o aposentado Arderico Cardoso, de 77 anos, não sabia como fazer para se deslocar da casa dele, que não foi destruída, até o posto de saúde, na região central. “Ele mora aqui há 20 anos e nunca tinha passado por nada parecido. A estrada sempre foi um acesso tranquilo e agora a gente tem que passar por isso”, lamentou o filho de Arderico, Sebastião Cardoso, 41 anos. Em vez de carregá-lo pelo caminho de 30 minutos a pé, os vizinhos avaliaram que o melhor seria pedir auxílio às equipes de socorristas que estão na região.

Moradora do bairro há 60 anos, a aposentada Conceição da Mota Camargo, de 77 anos, teme passar pela mesma situação do vizinho. “Nem saio daqui. Meu marido tentou andar um pouquinho e já machucou a perna. Se precisar de socorro, é que vou ter que ir”, relatou. Ela disse que o rio nunca subiu como dessa vez, destruindo dezenas de casas da comunidade. “Onde eu moro, só sobramos eu e o meu marido. A água subiu até o pescoço, vimos cair a parede da casa, foi quando a água baixou, senão a gente morria afogado. Ficamos sentados no colchão até amanhecer o dia”, relembrou.

Conceição não sabe se vai poder retornar para casa, por enquanto ela está abrigada na casa do genro também em Guarda Mão. O aposentado Renê Lopes Almeida, de 62 anos, dos quais 40 foram vividos no bairro, pensa em mudar para Curitiba. “Não tenho mais jeito de ficar. Tenho um filho morando lá. Minha casa, onde tenho um bar também, não foi atingida, mas perdi todos os vizinhos”, declarou. Ele disse que a casa ficou isolada e, por isso, decidiu mudar temporariamente para a residência de parentes no bairro do Lajeado.

Renê cita os nomes de cada vizinho desaparecido e contabiliza pelos menos 15 pessoas de Guarda Mão que sumiram depois da enxurrada. “A água levou tudo. Na hora da chuva, peguei uma lanterna e vi que a vizinhança tinha sumido toda”, relatou. O balanço da Defesa Civil estadual aponta, até o momento, 12 mortos. O total de desaparecidos foi atualizando na manhã de hoje, passando de oito para 15. “As comunicações vão chegando, por isso o número é flutuante”, explicou o coordenador do órgão, coronel Aurélio Alves Pinto. 

Além de Guarda Mão, o bairro do Lajeado também está entre os mais atingidos pela enxurrada que percorreu o Rio Palmital e devastou a cidade. Hoje (15), a prefeitura anunciou a instalação de um posto de comando, montando no centro, sub-bases nessas duas localidades. “São zonas vermelhas, como a gente chama, que foram muito atingidas e, por isso, devem ter essa atenção”, disse o prefeito Rafael Camargo. 

A Defesa Civil informou ainda que duas pessoas estão hospitalizadas com ferimentos causados pela enxurrada. Segundo o Hospital de Apiaí, a 20 quilômetros de Itaóca, João Vitor de Oliveira, de 14 anos, foi internado ontem com uma fratura no pulso e escoriações por todo o corpo. O braço foi imobilizado e não será necessário passar por cirurgia. O paciente Dimas de Oliveira, de 48 anos, por sua vez, foi transferido para o hospital de Itapeva, porque apresentava múltiplas fraturas. O estado de saúde dele não foi informado. Itaóca, município com 3,3 mil habitantes, conta apenas com um posto de saúde.

Edição: Aécio Amado

 

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