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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em entrevista coletiva

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Cardozo: é cedo para ligar morte de cinegrafista à crime contra imprensa

Criado em 11/02/14 18h15 e atualizado em 11/02/14 18h45
Por Alex Rodrigues Edição:Nádia Franco Fonte:Agência Brasil

 O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em entrevista coletiva
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, espera conclusão das investigações (José Cruz/ABr)

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse hoje (11) que ainda é cedo para afirmar que a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade pode ser considerada um crime contra a imprensa e contra a liberdade de expressão. Segundo ele, também é cedo para avaliar se o episódio é resultado da hostilidade contra veículos de comunicação demonstrada por alguns participantes das manifestações que vem ocorrendo no país.

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"Não dá para termos nenhuma conclusão definitiva enquanto o inquérito não estiver concluído e enquanto não tivermos subsídios para uma análise mais rigorosa do que aconteceu", disse o ministro à Agência Brasil, logo após se reunir com integrantes de entidades que representam empresas jornalísticas e cobram do governo federal medidas mais rigorosas para conter a violência contra profissionais da imprensa durante as manifestações.

"Não posso, sem ter o resultado da apuração dos fatos, saber se este foi um ato individual ou coletivo. Não gosto de prejulgar. Tudo vai ser apurado. E as imagens [do momento em que o cinegrafista é atingido pelo rojão] são apenas um dos componentes que devem ser apreciados na investigação", explicou Cardozo, ao ser perguntado se o rojão que atingiu Santiago não poderia ter atingido e matado outra pessoa.

O cinegrafista da Bandeirantes foi atingido na cabeça por um rojão, enquanto filmava um protesto contra o aumento das passagens de ônibus quinta-feira (6), no centro do Rio de Janeiro, e morreu ontem (10) em virtude dos ferimentos. A polícia já identificou os dois manifestantes envolvidos no disparo do artefato explosivo. Um deles é o tatuador Fábio Raposo, que após se entregar à polícia, confessou ter repassado o explosivo ao suspeito de acender e lançar o rojão. Este foi identificado pela polícia como sendo Caio Silva de Souza e ainda está sendo procurado.

As imagens registradas por vários veículos de comunicação no dia do protesto mostram Santiago trabalhando sozinho, sem qualquer equipamento de proteção, em meio ao tumulto gerado pelo confronto entre manifestantes e policiais. Hoje, após reunião com o ministro, o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Slavieiro, afirmou que Santiago havia recebido, da empresa, equipamentos de segurança e orientações para se manter a pelo menos 50 metros de distância da área de maior risco.

"Toda vez que um profissional de imprensa é impedido de exercer sua função, quem perde é a sociedade brasileira, que deixa de ser informada. Os jornalistas estão sendo alvo de um grupo minoritário de arruaceiros [presentes às manifestações]", disse Slavieiro. Para ele, a morte do cinegrafista mostra que é preciso “aperfeiçoar” as leis, para inibir a ocorrência de agressões e mortes nesses eventos.

O presidente da Abert lembrou que a hostilidade contra a imprensa ocorre desde o ano passado e vem crescendo. “Infelizmente, essa tragédia aconteceu com o Santiago. Se foi uma fatalidade, a investigação vai dizer.” Slavieiro ressaltou, porém, que, independentemente de quem foi a vítima, é um fato que exige o aprofundamento das investigações e a identificação dos responsáveis. “Por ter sido uma pessoa da imprensa, há maior conotação e cobertura", afirmou.

Editor Nádia Franco

Creative Commons - CC BY 3.0

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