one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Compartilhar:

Fechamento da catedral na Semana Santa frustra fiéis e turistas

Criado em 19/04/14 16h46 e atualizado em 19/04/14 16h56
Por Paulo Virgilio Edição:Fábio Massalli Fonte:Agência Brasil

O fato inédito do cancelamento, pela Arquidiocese do Rio de Janeiro, da programação da Semana Santa na Catedral Metropolitana de São Sebastião causou surpresa e indignação entre fiéis católicos e turistas que pretendiam visitar a igreja neste Sábado de Aleluia. A decisão, tomada por medida de segurança, ocorreu em função do acampamento, na entrada principal da catedral,  de cerca de 50 pessoas, em sua maior parte ex-ocupantes do terreno da operadora de telefonia Oi, e que estavam até à madrugada de sexta-feira (18) em frente ao Centro Administrativo da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova.

Na manhã de hoje (19), cariocas e turistas, desinformados do cancelamento, chegavam ao local e se deparavam com a situação. Os noruegueses Geir e Kath Storemark, acompanhados da filha Marita, estavam percorrendo pontos turísticos da cidade, levados de carro por um amigo carioca, que se identificou apenas como Marco Antonio. O casal estrangeiro ficou decepcionado por terem que se contentar em apenas fotografar o templo do lado de fora.

“Em plena Semana Santa, viemos visitar a catedral e encontramos ela fechada. Um quadro como esse infelizmente já está se tornando uma coisa corriqueira em nosso estado”, lamentou Marco Antonio, que disse ser católico praticante.

Missionária da Igreja Católica, a jornalista Maria Bernadete Pinzón Felippe criticou o fato e disse que a arquidiocese deveria ter mantido a programação. “A Igreja não deveria ter recuado. Eu acho que essas pessoas deveriam ser retiradas de lá, porque isso não é um movimento, mas sim uma arruaça de uma dúzia de pessoas induzidas por lideranças com interesse em alguma coisa. Quem é que está por detrás das pessoas que estão acampadas lá?”, indagou.

Segundo Bernadete, a Igreja, por meio de suas pastorais, faz um trabalho social e ajuda as pessoas que realmente necessitam. Ela considera que não foi por acaso o fato de o grupo ter decidido acampar na porta da catedral justamente na Sexta-feira Santa, quando ocorreriam no local os atos litúrgicos da Paixão de Cristo. “A intenção é comprometer e banalizar a Igreja Católica nessa arruaça”, disse.

Apesar do cancelamento da programação na catedral, a Sexta-feira da Paixão foi celebrada na tarde de sexta-feira (18) em todas as paróquias e em muitas capelas da Arquidiocese do Rio.  Na comunidade de Antares, em Santa Cruz, zona oeste da cidade, o cardeal Dom Orani João Tempesta presidiu o ofício na Capela Santo Antônio e Nossa Senhora de Lourdes.

Leia mais notícias no Portal EBC

“É muito triste ver a violência, o rancor, o ódio, a divisão no coração das pessoas. Muito mais, quando os pobres são manipulados por interesses. O mundo precisa aprender a respirar a mensagem do Evangelho, que nos ensina a viver em paz, na fraternidade, no respeito ao outro”, disse o cardeal aos fiéis presentes.

A arquidiocese não informou em qual paróquia Dom Orani Tempesta fará a Vigília Pascal, evento do calendário da Semana Santa que ocorre em todas as igrejas na noite de sábado. Amanhã (20), também em todas as paróquias, será celebrada às 10h a Missa da Páscoa.

Os manifestantes permanecem acampados na área em volta da catedral, normalmente utilizada como estacionamento. Ontem (18), a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social se reuniu com o grupo, na presença de padres da Pastoral das Favelas, e ofereceu vagas na rede acolhedora do município. Quando as vans da secretaria chegaram ao local, o grupo se recusou a seguir para o abrigo.

A advogada Eloisa Samy, do Instituto dos Defensores dos Direitos Humanos (DDH), que acompanha os sem-teto, disse que eles vão permanecer acampados neste final de semana em frente à catedral. Ela disse que a prefeitura fez uma proposta inicial de mandar 19 homens do movimento para hotéis pagos por ela e encaminhar mulheres e crianças para um abrigo em Jacarepaguá, na zona oeste. A proposta não foi aceita porque "eles não aceitam ficar separados".

Segundo Eloisa, eles querem ou que todos fiquem juntos em hotéis ou então que a pefeitura garanta o pagamento do aluguel social, no valor de R$ 400, por três meses. Ela informou também que o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) levará marmitas para serem distribuídas entre os manifestantes hoje e que também haverá, no final da tarde, a distribuíção de ovos de Páscoa para os acampados.

Editor: Fábio Massalli

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário