one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Brasilieia (Acre) - Um grupo de 21 haitianos, homens e mulheres, embarca com destino à capital do Acre, de onde seguirão para Belo Horizonte, parar trabalhar. Entre os 200 haitianos que vivem ilegalmente em Brasileia só alguns têm CPF

Imagem:

Compartilhar:

Mais de 200 haitianos conseguem emprego no Sul e Sudeste do país, aponta igreja

Criado em 02/05/14 13h51 e atualizado em 02/05/14 14h05
Por Camila Maciel* Edição:Denise Griesinger Fonte:Agência Brasil

Mais de 200 haitianos, que estão chegando a São Paulo desde o início de abril em razão do fechamento do abrigo para imigrantes em Brasileia, no Acre, já conseguiram colocação no mercado de trabalho. A informação é da Missão Paz, centro mantido pela Igreja Nossa Senhora da Paz, na região central, que está acolhendo e orientando a maioria dos estrangeiros. Segundo o padre Paolo Parise, diretor do Centro de Estudos Migratórios (CEM) da paróquia, as vagas, em sua maioria, são para construção civil, serviços gerais e restaurantes. Empresas de estados da região Sul e do Rio de Janeiro são as que mais procuram a igreja para recrutar haitianos.

Leia mais notícias:

Brasil vai ampliar concessão de vistos e documentos para haitianos

Brasil vai ampliar concessão de vistos para haitianos

Parise destacou que muitos já estão com a Carteira de Trabalho em mãos, o que tem feito diminuir o fluxo de haitianos no pátio da igreja. “Com o mutirão feito pelo Ministério do Trabalho, mais de 300 documentos foram entregues. Isso fez diminuir o movimento aqui porque muitos foram encaminhados para trabalho”, relatou. Além disso, 58 haitianos foram deslocados para outra paróquia, no Tucuruvi, e 16 foram para um espaço cedido por um sindicato, também na zona norte. No Glicério, estão 100 pessoas abrigadas no salão de festas e 115 na Casa do Migrante, dos quais 30 são haitianos. Desses, apenas nove são mulheres.

Também foi menor nos últimos dias, segundo o padre Paolo, o fluxo de haitianos que chegam de ônibus do Acre. “Ontem [1º] chegou só um ônibus na [terminal rodoviário] Barra Funda e vieram para cá três pessoas somente. Eles disseram que as outras pessoas já tinha parentes, amigos e já tinham onde ficar”, explicou. Parise destacou, no entanto, que as informações de quantos ônibus estão a caminho são repassadas pelos próprios estrangeiros que se comunicam com os amigos pelo celular. “Disseram que um dos carros quebrou na estrada, por exemplo, e por isso não chegou ainda”, apontou. Ele informou que, normalmente, chegam de dois a três ônibus na capital.

Ontem, durante as comemorações do Dia do Trabalhado, o padre esteve na festa da central Força Sindical para agradecer ao ministro Manoel Dias o esforço para acelerar emissão das carteiras. Na oportunidade, no entanto, cobrou também ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, uma força-tarefa similar na Polícia Federal para solicitação do Registro Nacional de Estrangeiro. Segundo ele, com a entrada do pedido, os estrangeiros recebem um protocolo com o qual é possível retirar as documentações necessárias para assumir um posto de trabalho. “Vi que alguns foram agendados para novembro, dezembro”, reclamou.

É preciso estar com os documentos regularizados para aceitar as vagas de emprego em acordo com as leis trabalhistas brasileiras. É o caso de Dieufait Salvarj, que está no país há três meses. Ele foi contratado pela Eppo Saneamento Ambiental e Obras para trabalhar na reforma do estádio do Ituano, na cidade de Itu, interior paulista, que será o centro de treinamento da seleção da Rússia durante a Copa do Mundo. “Minha casa foi destruída no terremoto e estou buscando uma vida melhor, porque lá não tem emprego suficiente”, declarou à reportagem da TV Brasil, durante visita às obras no município.

O Brasil concede aos haitianos o visto humanitário, pelo qual eles têm o direito de trabalhar e estudar no país, além de ter acesso aos mesmos serviços públicos que os brasileiros. Para Salvarj, a copa foi uma oportunidade de ter emprego, mas ele espera conseguir novos postos e, inclusive, trazer a família para o país. “Somos um grupo que trabalha bem, sabe trabalhar e tem força para trabalhar”, destacou. O pedreiro ainda tem dificuldade, no entanto, com a comunicação, pois ainda não domina por completo o português.

Nesta semana, o governo federal anunciou que vai estimular a entrada regular de haitianos no Brasil. Um dos objetivos é impedir a atuação de coiotes [pessoas que cobram pela travessia de imigrantes], dos quais muitos haitianos estão sendo vítimas. Atualmente, cerca de mil vistos de entrada no Brasil são concedidos a esses cidadãos por mês, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores. Desde o terremoto que arrasou o Haiti em 2010, o Brasil tem recebido milhares de refugiados do país caribenho. O governo não descarta ainda a possibilidade de políticas específicas para os haitianos, como aulas de português para os que não falam o idioma.

*Colaborou William Douglas, da TV Brasil

Editor: Denise Griesinger

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário