one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Polícia Militar deteve membros do coletivo Advogados Ativistas, que acompanham manifestações populares

Imagem:

Compartilhar:

Juristas pedem fim da criminalização de protestos e liberdade para ativistas

Criado em 21/07/14 19h36 e atualizado em 21/07/14 19h54
Por Camila Maciel Edição:Luana Lourenço Fonte:Agência Brasil

Um manifesto assinado por 92 juristas brasileiros pede o fim da criminalização dos protestos e a imediata liberdade de Fábio Hideki e Rafael Marques, ativistas presos há 30 dias, quando participavam de uma manifestação em São Paulo.

Leia também no Portal EBC:

Movimentos sociais fazem ato contra repressão a manifestações

Polícia cerca consulado uruguaio para prender ativistas no Rio

Policiais suspeitos de excessos em protesto ficam afastados das ruas

No texto, eles dizem que estão perplexos com “o recrudescimento da repressão” e observam que, “longe de responder às reivindicações com propostas de concretização de direitos sociais, os agentes do Poder Público têm agido com violência e tentativas abusivas de criminalização de ativistas”, diz o texto.

O jurista Fábio Konder Comparato, professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), é um dos que assinam a nota. “Depois de terminado o regime militar, esperava-se que a Constituição, no que diz respeito a garantias das liberdades individuais, fosse estritamente observada e, como se vê, um certo grupo de agentes públicos, associados a grandes empresários, fica sempre acima da Constituição e das leis. Isto é intolerável”, apontou, em entrevista à Agência Brasil.

Eles pedem também o arquivamento do Inquérito Policial nº1, de outubro de 2013, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), o qual investiga, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), práticas criminosas cometidas durante os protestos. Os juristas enumeram quatro ilegalidades desse processo. A primeira delas está relacionada à inconstitucionalidade de uma ação que apura fatos relacionados à conduta subjetiva dos investigados e não um fato tipificado criminalmente. “[O inquérito] é conduzido a partir de um rol de perguntas sobre a vida política dos intimados e chegou-se ao absurdo de proceder à busca e apreensão de livros”, assinala a nota.

O manifesto critica também o fato de o inquérito expressar o objetivo “de investigar “indivíduos que atuam de forma organizada com o objetivo de questionar o sistema vigente”, sem a indicação de qualquer fato específico que constitua crime. Além disso, eles apontam que os ativistas foram detidos ilegalmente, pois não houve flagrante ou acusação formal de crime. Por fim, os juristas destacam a irregularidade da “infiltração de agentes em manifestações, determinada a partir do inquérito e sem autorização judicial”, diz o texto.

Comparato destaca que “não pode haver persecução penal sem que haja um inquérito regular”. Também assinam o manifesto professores de direito da Universidade Federal da Bahia, da Federal do Rio de Janeiro, da Federal do Ceará; além de advogados de entidades de direitos humanos, como a Justiça Global, o Centro de Direitos Humanos e Educação Popular do Campo Limpo e o Instituto Práxis de Direitos Humanos; integrantes do Sindicato dos Advogados de São Paulo, entre outros.

Por volta das 17h, uma manifestação para pedir a libertação de pessoas que estão presas em razão dos protestos, começou no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). De acordo com a Polícia Militar, 20 pessoas participam do ato até o horário.

“Em São Paulo e no Rio de Janeiro, diversos deles [ativistas] cumprem prisões ilegais e são submetidos a tortura e pressão pelas autoridades policiais”, diz a convocatória do movimento. Além dos manifestantes presos na capital paulista, o protesto destaca os 23 ativistas que tiveram a prisão preventiva decretada por associação criminosa na capital fluminense.

Editora: Luana Lourenço

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário