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Vítima do ex-médico Roger Abdelmassih diz que ele destruiu vidas
Criado em 20/08/14 18h55
e atualizado em 21/08/14 11h41
Por Elaine Patricia Cruz * - Repórter da Agência Brasil
Edição:Stênio Ribeiro
Fonte:Agência Brasil
Muita revolta, vaias e gritos de “safado”. Foi assim que o ex-médico Roger Abdelmassih foi recebido por suas vítimas ao desembarcar na tarde de hoje (20), no saguão do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Muitas das vítimas de Abdelmassih choraram muito ao vê-lo passar algemado, com colete à prova de balas, escoltado por policiais e com um leve sorriso no rosto.
Uma delas, Vanuzia Leite Lopes, contou sequer ter dormido na última noite, após saber da prisão do ex-médico. “Ele está entrando preso, e eu, saindo livre. Fiquei dois anos sem sair de casa, com pânico desse homem”, contou ela a jornalistas.
Em entrevista à TV Brasil, ela falou que foi estuprada pelo ex-médico em 1993. “Fui a única vítima que tive a prova material [do crime], porque eu acordei logo em seguida. Eu consegui me desvencilhar dele e tive a lucidez de não tomar banho e ir à delegacia”, falou. Para ela, Abdelmassih destruiu vidas. “Não tenho medo de que ele saia [da prisão]. Ele não vai sair”, ressaltou.
Preso ontem (19) no Paraguai, Abdelmassih foi levado para Foz do Iguaçu, no Paraná, depois São Paulo, onde desembarcou às 15h40 de hoje. Após ser entregue pela Polícia Federal (PF) à polícia paulista, o ex-médico passou por exame de corpo de delito e seguiu em comboio para a Penitenciária de Tremembé, a 145 quilômetros da capital.
Especialista em reprodução humana, Abdelmassih foi preso por agentes da Secretaria Nacional Antidrogas paraguaia e da PF brasileira. Em 2010, ele foi condenado a cumprir 278 anos de prisão por 56 estupros cometidos contra as próprias pacientes, entre 1995 e 2008. Abdelmassih teve o registro profissional cassado em agosto de 2009.
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