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Nova pesquisa do IBGE vai ajudar produtor a escolher áreas de plantio
Criado em 16/12/14 11h08
Por Cristina Índio do Brasil
Edição:Graça Adjuto
Fonte:Agência Brasil
Pela primeira vez, a Pesquisa da Extração Vegetal e da Silvicultura (Pevs), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analisou dados referentes ao número dos principais produtos madeireiros da silvicultura, divididos nas principais espécies plantadas para exploração. Um exemplo é a avaliação dos tipos de eucalipto produzidos fora de áreas nativas. Na avaliação do gerente da pesquisa, Luis Celso Guimarães, o novo critério vai favorecer os produtores nas análises das regiões de plantio. Segundo ele, essa era uma reivindicação do setor.
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"Era uma solicitação do usuário para saber que tipo de espécie estava sendo mais plantada no Brasil, além da localização e distribuição delas. Este ano, a gente vai ter a produção desses artigos madeireiros por municípios. Onde, por exemplo, está o pinus. É importante saber qual a espécie melhor adaptável por região. O produtor verá qual a variedade de eucalipto que vai plantar e verificar a que se adapta à região em que ele está", disse Guimarães em entrevista à Agência Brasil.
A Pevc 2014 analisou dados de 38 produtos originados do extrativismo vegetal e sete da silvicultura, em todos os municípios brasileiros, referentes ao ano-base 2013. A produção da extração vegetal é obtida nas matas nativas e da silvicultura nas matas plantadas. A extração vegetal é dividida em nove grupos, entre eles, o dos alimentícios, das oleaginosas, fibras, ceras, dos corantes e das madeiras. A silvicultura inclui produtos não madeireiros, como resina, folhas de eucalipto, cascas de acácia-negra e madeiras para papel e celulose, além do carvão e da lenha. Os dados foram passados por 1.893 informantes, por meio da Rede de Coleta do IBGE.
"É uma pesquisa que não vai direto ao produtor. Ela é obtida de maneira indireta, por meio de contatos com associações, cooperativas e discutida também nos grupos de estatísticas agropecuárias e nas comissões municipais de estatísticas agropecuárias. Os informantes são variáveis e estamos, no momento, montando um cadastro de pessoas, que varia muito de estado para estado. Há estado em que a atividade é mais intensa e tem mais informantes. Há outros em que a atividade não é tão acompanhada, então fica menor o número de informantes", acrescentou.
De acordo com a pesquisa, a produção florestal primária atingiu R$ 18,7 bilhões, sendo a maior parte (76,1%), R$ 14,1 bilhões, referente à silvicultura, e 23,9% ou R$ 4,5 bilhões, à extração vegetal. Os produtos madeireiros de extração vegetal representaram R$ 3,2 bilhões, enquanto o restante é formado por não madeireiros. Na silvicultura, os quatro produtos madeireiros somaram R$ 14,1 bilhões e os três não madeireiros registraram R$ 143,8 milhões.
Também no ano passado, o grupo de produtos alimentícios da produção extrativa não madeireira indicou maior valor de produção, com 71,3% de participação no resultado obtido pelo segmento, seguido das ceras (10,6%), oleaginosas (10,4%) e fibras (6,8%). O açaí se destacou pelo valor de produção (R$ 409,7 milhões), acompanhado da erva-mate nativa (R$ 400 milhões) e da castanha-do-pará (R$ 72,1 milhões).
A produção de açaí extrativo chegou, em 2013, a 202.216 toneladas, o que significou aumento de 1,6%, na comparação com o ano anterior. O estado do Pará é o maior produtor nacional e teve o melhor resultado do país, com 54,9%. A Região Norte é a que concentra a maior parte da produção em extrativismo vegetal não madeireiro. De acordo com o técnico do IBGE, diante da grande demanda do açaí, as matas do produto já começaram a receber áreas plantadas, mudando a classificação para produção agrícola. O babaçu apresentou queda de 8,3%, comparado a 2012. "De acordo com o que está sendo oferecido em termos de valor, há falta de motivação de quem coleta os produtos, passando para outros produtos. Se tiver alguma coisa que pague melhor, a pessoa passa para outra cultura", observou.
Luiz Celso informou que, oficialmente, os produtos madeireiros da extração vegetal são os que causam maior preocupação, porque indicam a retirada das matas nativas, mas os produtos estão apresentando decréscimo. "Os três produtos, carvão, lenha e madeira em tora, apresentavam decréscimo. Isso já vem acontecendo ao longo do tempo. Determinados estados proibiram a utilização de carvão e lenha originados de matas naturais, de extração vegetal. Todas as olarias e carvoarias têm que trabalhar com madeira de silvicultura. Alguns estados têm isso bem firme. Não podem utilizar madeiras de matas nativas. Então, diminui o impacto sobre essas matas. Passa a depender mais da silvicultura", esclareceu.
Apesar disso, o técnico explicou que esse é um dado positivo para o combate da extração ilegal. "Nós trabalhamos com dados oficiais, com dados que a gente pode mensurar. Não indica que acabou a extração ilegal. Indica que nos dados oficiais houve queda", disse.
O gerente da pesquisa lembrou que o plantio de eucalipto fornece 95% da produção nacional de carvão vegetal da silvicultura, 85% da produção de lenha e 68% da produção de madeira em tora.
Editora: Graça Adjuto
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