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Marcada pela unidade das diferenças, VII Aldeia Multiétnica se configura como uma escola de troca de experiências e reverência aos povos indígenas

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VII Aldeia Multiétnica é aberta com apresentações e rituais

Criado em 26/07/13 18h46 e atualizado em 02/01/15 12h58
Por Ascom/Encontro de Culturas

Vivência e troca de experiência são as receitas para produzir, desde 2007, a Aldeia Multiétnica, um espaço que permite ao cidadão comum entrar em contato com costumes, tradições e modos de vida das etnias indígenas. Uma grande Aldeia, às margens do Rio São Miguel, a 1,5 km da Vila São Jorge, começou a ser formada em 2011, com a construção de uma Oca Xinguana, moradia típica do povo Yawalapiti. A casa foi construída com a ajuda da comunidade Kalunga.

Já em 2012 os Kaiapó marcaram presença na VI Aldeia Multiétnica. Construíram sua oca que, inclusive, será utilizada pelos índios que já estão acampados na sétima edição do evento. Agora em 2013, os Krahô são os anfitriões da aldeia e começaram a construir sua casa.

Há duzentos anos, os Krahô tiveram seu primeiro contato com o branco. Vivem no nordeste de Tocantins e ocupam uma área entre Goiatins e Itajá. José Miguel Kohjoc, (57), é um íindígena Krahô. Em sua segunda visita à Aldeia, ressalta a importância do encontro. “Acho muito importante o branco vir aqui trocar ideia, trocar conhecimento, se entender melhor. É como se a gente fizesse mais amigos, tivesse menos problemas”, conta. José reside na Aldeia Pedra Branca, em Itacajá-To. “Viemos em 13 pessoas, mas tem outras duas aldeias Krahô com a gente”, diz. 

Câmbio de valores

Em cada acampamento os índios fazem pinturas nos turistas. Tiago Bem-Aventurado, (30), sentado ao lado de uma árvore, explica o sentimento de seu primeiro contato com indígenas. “Eu não tinha noção de como era isso, cara! A surpresa de vê-los e eles me verem. É recíproco. Aqui é onde está toda a essência. Gosto de pisar no chão e ter consciência de que o lugar em que piso é sagrado”, descreve.

Na Aldeia Multiétnica a moeda de troca é generosidade. Vários visitantes negociam pinturas e adereços indígenas com o que trazem. Colares, relógios, camisetas e cobertores  fazem parte deste mercado cultural. “Estou tentando me desfazer da minha pedra de quartzo (colar). Tem muito significado pra mim. Acho que algum deles vai gostar”, explica Tiago.

Outros hóspedes

Ao lado do acampamento Krahô, os índios Kaiapó estabeleceram sua comunidade.  Acompanhado de 32 kaiapós, fora mulheres e crianças, o cacique Mokuka conta como está sendo sua primeira impressão do local. “É a primeira vez que venho à Aldeia Multiétnica. Já fomos em Manaus, Rio de Janeiro, São Paulo e em outros lugares desse grande Brasil. Cheguei aqui no domingo, é minha primeira vez aqui e estou achando muito bom”, revela o chefe da Aldeia Moikarakó, localizada em São Félix do Xingu.

Além das comemorações e dos contatos com diversas etnias indígenas, a VII Aldeia Multiétnica terá programação voltada às discussões políticas. A Oficina OIT 169, que rege o Direito de Consulta dos Povos e Comunidades Tradicionais, foi iniciada hoje às 14h. A iniciativa faz parte da Conferência Livre de Culturas Indígenas e a Conferência Livre da Cultura Quilombola, que recebem apoio do Ministério da Cultura. As etnias envolvidas estarão diretamente ligadas às novas políticas públicas voltadas às comunidades tradicionais.

Cerimônia de abertura

Sentado em um tronco ao lado de dois jovens guerreiros, Olegário Tejapôc, chefe Krahô, explica como seria o ritual de iniciação Pempkahààc. “É uma festa de ano em ano. As crianças que vão dançar. É uma cantiga que é muito difícil de explicar. É pra mostrar que elas estão ficando prontas pra crescer”, resume.

Com adornos amarelo e branco, caracterizando o ritual, as mulheres Kaiapó entoaram seus cânticos enquanto rodeavam o espaço cerimonial. Em seguida, os Xucuru se apresentaram com seu tradicional samba de coco. “Vamos minha gente que uma noite não é nada/ Vamos minha gente que uma noite não é nada/Quem chegou foi Xucuru no romper da madrugada”, cantavam e tocavam zabumba e triângulo enquanto o público de cerca de 400 pessoas acompanhava com as palmas.

Já estão na aldeia os povos  Krahô, Xucuru, Innu, Yawalapiti e Kaiapó/Mebêngôkre.

Creative Commons - CC BY 3.0

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