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Acampados na aldeia Laranjeira Ñanderu, em Rio Brilhante (MS), índios guarani-kaiowá aguardam decisão da justiça sobre a demarcação da terra. Com o futuro indefinido, eles não podem plantar e dependem das cestas básicas e da assistência governamental.

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Fundo Kayapó lança primeiro edital para projetos administrados pelos índios da etnia

Criado em 07/06/13 19h02 e atualizado em 07/06/13 19h30
Por Alana Gandra Edição:Aécio Amado Fonte:Agência Brasil

Rio de Janeiro - O Fundo Kayapó, que é apoiado desde o ano passado pelo Fundo Amazônia, lançou seu primeiro edital para seleção de projetos elaborados e geridos por organizações que tenham seu conselho composto por índios da etnia Kayapó. As iniciativas visam à preservação de terras e a melhoria da qualidade de vida na região. O anúncio foi feito hoje (7) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que administra o Fundo Amazônia.

O Fundo Kayapó, por sua vez, é administrado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e conta atualmente com recursos da ordem de R$ 15 milhões, oriundos do Fundo Amazônia e da organização não governamental (ONG) Conservação Internacional do Brasil (CI-Brasil). A ONG trabalha com os kayapós há mais de 20 anos.

A gerente de comunicação do Funbio, Camila Monteiro, disse à Agência Brasil que até R$ 660 mil serão disponibilizados este ano pelo Fundo Kayapó para iniciativas de monitoramento de terras, treinamento, desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis e gestão ambiental. “Os projetos vão variar de 150 mil a 200 mil, individualmente”. Ela ressaltou que os R$ 660 mil se referem a rendimentos obtidos no primeiro ano de existência do Fundo Kayapó.

Os projetos serão submetidos à aprovação de comissão técnica composta por membros da academia, de ONGs e da Fundação Nacional do Índio (Funai), informou o BNDES, por meio da assessoria de imprensa. Serão beneficiadas cinco áreas indígenas que, somadas, superam 10 milhões de hectares (1 hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol oficial). A região equivale a 3% do bioma Amazônia, onde vivem cerca de 7 mil indígenas nos estados do Pará e de Mato Grosso.

Na avaliação de Camila Monteiro, o fundo tem grande significado para os kayapós. “Significa segurança e uma previsibilidade na entrada de recursos. Porque os kayapós são bastante organizados. Só que eles nunca tiveram essa possibilidade de ter recursos no longo prazo. Agora, eles conseguem enxergar que no longo prazo vão ter recursos para os projetos e para as próprias instituições”. Segundo Camila, isso dá fortalecimento institucional às organizações kayapós.

Ao longo do tempo, o valor total do Fundo Kayapó poderá alcançar pelo menos R$ 23,3 milhões, uma vez que é aberto a novas doações. “A intenção é que se faça um esforço de captação de recursos para que o fundo chegue a R$ 23 milhões e que, com os rendimentos do fundo, a gente garanta o financiamento das atividades dessas organizações kayapós para sempre”, disse Camila.

Considerado uma experiência inédita no mundo no trato da questão indígena, o Fundo Kayapó pode dar origem a um novo modelo operacional e financeiro de apoio a projetos socioambientais no país, estima o BNDES.

Até o último dia 4, foram contratados 33 projetos no âmbito do Fundo Amazônia, no valor total de R$ 414,1 milhões, e aprovados seis projetos, no valor de R$ 109,9 milhões. Nesse mesmo período, os desembolsos do fundo corresponderam a R$ 157,3 milhões. O Fundo Amazônia conta com doações de governos estrangeiros, como a Noruega e a Alemanha, e de empresas, entre as quais a Petrobras. Seu objetivo é captar doações para investimentos não reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, e de promoção da conservação e do uso sustentável das florestas no bioma Amazônia, nos termos do Decreto 6.527, de 1º de agosto de 2008.

Edição: Aécio Amado

Creative Commons - CC BY 3.0

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