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Caffarelli defende mercado de capitais no financiamento de longo prazo

Criado em 01/10/14 21h10 e atualizado em 01/10/14 21h15
Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil Edição:Aécio Amado Fonte:Agência Brasil

A utilização cada vez maior de mecanismos do mercado de capitais no financiamento de longo prazo, em que se sobressai o papel dos reguladores de valores mobiliários, foi defendida hoje (1º) pelo secretário executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Rogério Caffarelli, durante a abertura da 39ª Conferência Anual da Organização Internacional das Comissões de Valores (Iosco, na sigla em inglês).

Cafarelli disse que o Brasil tem um mercado de capitais rico e diversificado, mas que necessita avançar em profundidade e extensão.  A nova agenda do mercado de capitais no país, após a superação da instabilidade macroeconômica e da hiperinflação, é focada no desenvolvimento de instrumentos de médio e longo prazo e na mobilização da poupança nacional, em um cenário der inserção internacional, destacou.

Segundo o secretário, o mercado de capitais é uma importante fonte de financiamento para as empresas e a economia brasileira.  “Temos pela frente o desafio de deslanchar uma extensa pauta de investimentos, sobretudo em infraestrutura, que demandarão grandes investimentos e  opções novas e criativas de investimento”, disse.

Números do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostram que entre 2014 e 2017 os projetos de infraestrutura no Brasil alcançam investimentos em torno de US$ 500 bilhões, dos quais US$ 195 bilhões são para a área de petróleo e gás. Embora a maioria dos recursos venha do BNDES, o secretário adiantou que a intenção do governo é que boa parte dos investimentos  possa vir do mercado de capitais, “seja da poupança interna mas, principalmente, de investidores internacionais”. Até 2025, de acordo com Caffarelli, os investimentos mapeados ultrapassam R$ 1,5 trilhão.

O secretário disse que os agentes que atuam no mercado  de capitais – empresas e investidores – devem estar protegidos por uma regulação forte e eficaz, de modo a inibir condutas que tragam prejuízos aos participantes. Segundo ele, as empresas listadas na Bolsa de Valores brasileira (BM&FBovespa) totalizam valor de mercado de R$ 2,7 trilhões. “Porém, devemos ter em conta que a participação do mercado acionário como funding (fonte de recursos) para as nossas empresas é ainda muito baixa”.

Do total de investimentos destinados a empresas  no Brasil, apenas 11% provêm do mercado de renda fixa privado e 1% dos financiamentos privados são obtidos no mercado acionário. Informou ainda que as pessoas físicas representam 14% do total de investidores do mercado de capitais e os investidores estrangeiros, 50%. “Faz-se necessário facilitar a ocorrência de novas  captações e de investidores pessoas físicas”, disse.

Caffarelli destacou que há desafios estruturais a serem superados, e eles passam pela criação de condições que permitam a redução consistente  e sustentável da taxa real de juros brasileira. Essas condições serão alcançadas por meio dos pilares básicos da economia, que são a adoção de uma política fiscal responsável, o respeito ao  regime de câmbio flexível e o cumprimento do regime de metas da inflação que “há dez anos estão abaixo da parte superior  da meta”, indicou.

O secretário lembrou que a reforma regulatória dos mercados financeiros internacionais é uma preocupação constante dos países que integram o G20 (grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia), com objetivo de evitar a repetição de crises como a que ocorreu no mundo em 2008.

Caffarelli espera que na Cúpula de Líderes do G20 que ocorrerá em Brisbane, na Austrália, em novembro próximo, seja apresentada a conclusão das linhas gerais da reforma do setor bancário e das regras que visam solucionar o problema das grandes instituições bancárias que podem falir. Destacou que também as seguradoras estarão sujeitas a normas que assegurem maior estabilidade do sistema financeiro e que evitem que o custo de eventuais problemas recaiam sobre os governos e seus contribuintes. 

Editor Aécio Amado
Creative Commons - CC BY 3.0

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