one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Compartilhar:

Inadimplência deve subir em momento de retração da economia, diz Banco Central

Criado em 27/11/15 13h04 e atualizado em 27/11/15 13h00
Por Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil Edição:Denise Griesinger Fonte:Agência Brasil

Os níveis de inadimplência dos empréstimos bancários estão baixos, mas, de acordo com o chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Fernando Rocha, a expectativa é de crescimento, devido ao aumento do desemprego e a redução da renda, em momento de retração da economia. “É esperado algum crescimento da inadimplência de acordo com o ciclo econômico”, disse.

O diretor lembrou, no entanto, que os bancos estão bem capitalizados e provisionados (com dinheiro reservado) para lidar com a situação.

De setembro para outubro, a inadimplência das famílias, considerados os atrasos superiores a 90 dias, subiu 0,1 ponto percentual para 5,8%. A inadimplência das empresas subiu 0,2 ponto percentual para 4,3%.

Especificamente no mês passado, a greve dos bancários, entre os dias 6 e 23 de outubro, também influenciou os dados da inadimplência. Segundo Rocha, os clientes podem ter tido dificuldades para renegociar dívidas, no período da greve.

A paralisação dos bancários também gerou impacto na concessão de empréstimos pelos bancos. De setembro para outubro, os bancos concederam menos empréstimos às pessoas físicas (queda de 0,3%) e às empresas (5,5%).

Para o diretor, além da greve, as concessões de empréstimos foram influenciadas pelo aumento do desemprego, a redução na renda das famílias e também nas vendas, que refletem a retração da economia.

Crédito

Em outubro ocorreu a primeira queda do ano no saldo devedor do crédito, incluídas as novas concessões e os juros devidos pelos clientes aos bancos. O saldo total do crédito chegou a R$ 3,157 trilhões, com retração de 0,1% no mês.

Segundo Rocha, além da influência da queda da atividade econômica, a redução no saldo é impactada pela alta do dólar, porque há empréstimos vinculados à variação cambial. Outro fator é que o saldo do crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, está em 54,7%. “Bem maior do que era antes. Então as taxas [de crescimento] serão naturalmente menores”, disse.

Juros

Os dados do BC divulgados hoje (27) também mostram aumento nas taxas de juros. A taxa média de juros cobradas das pessoas físicas subiu 2,5 pontos percentuais de setembro para outubro, quando ficou em 64,8% ao ano. As empresas pagaram 0,9 ponto percentual a mais, com taxa em 30,2% ao ano.

A taxa de juros do cheque especial subiu 14,4 pontos percentuais para 278,1% ao ano. A taxa do crédito consignado subiu 0,5 ponto percentual para 28,1% ao ano. No caso da taxa para a compra de veículos, a alta foi 0,3 ponto percentual para 25,9% ao ano.

Já a taxa dos juros do rotativo do cartão de crédito caiu 8,2 pontos percentuais, mas ainda assim continua sendo a mais alta entre as modalidades pesquisadas pelo BC (406,1% ao ano). Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros.

Para o diretor do Banco Central, a queda na taxa do rotativo do cartão foi pontual e os juros dessa modalidade continuam muito altos. Ele orienta os clientes bancários a evitarem usar o cheque especial e o rotativo do cartão de crédito. Caso seja realmente necessário, o uso dessas modalidades deve ser por “curtíssimo prazo”, diz Rocha.

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário