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Carteira de trabalho

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Desempregado e agora? Saiba como organizar as finanças e se recolocar no mercado

Criado em 03/09/16 10h55 e atualizado em 03/09/16 11h26
Por Noelle Oliveira Edição:Amanda Cieglinski e Fernanda Duarte Fonte:Portal EBC

Diante de um número recorde de pessoas desocupadas no Brasil – 11,8 milhões de desempregados, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na última terça-feira (30) e referentes ao trimestre móvel encerrado em julho – crescem as dúvidas sobre o que fazer para se organizar financeira e profissionalmente e se reposicionar no mercado de trabalho.

Está desempregado e não sabe o que fazer? Confira as dicas que o Portal EBC levantou para você:

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CONHEÇA SEUS DIREITOS

Ao se ver dispensado do emprego, as quantias a que o trabalhador com carteira assinada tem direito a receber variam de acordo com a forma de demissão: com ou sem justa causa. 

Para a demissão sem justa causa, como nos casos de cortes de gastos nas empresas, os direitos básicos são:

- Saldo de salário: proporcional aos dias trabalhados no mês da demissão

- Aviso prévio indenizado: o empregador tem a opção de avisar ao trabalhador sobre a demissão com 30 dias de antecedência ou indenizar esses 30 dias sem que o empregado precise trabalhar. 

- Férias vencidas e um terço de férias vencidas: trata-se do salário e do abono (um terço do salário) de férias vencidas e não gozadas. 

- Férias proporcionais e um terço de férias proporcionais: são as quantias referentes às férias relativas ao ano da demissão, ainda não vencidas, na proporção dos meses 
trabalhados. 

- 13º salário proporcional: é o valor do 13º proporcional ao número de meses trabalhados no ano da demissão, a contar de 1º de janeiro e incluindo o período de aviso prévio.

Se a demissão tiver sido por justa causa, o trabalhador deixa de receber: aviso prévio indenizado, férias proporcionais, um terço de férias proporcionais, 13º salário proporcional, a multa de 40% sobre o saldo do FGTS, além de não poder sacar os recursos do fundo.

Seguro Desemprego

O trabalhador poderá pedir o seguro-desemprego, pela primeira vez, se tiver trabalhado por pelo menos 12 meses nos últimos 18 meses anteriores à demissão.

Nos casos em que o trabalhador tiver acessando o seguro pela segunda vez, o prazo de carência será de nove meses. Nos casos em que o acesso se der pela terceira vez, o trabalhador terá de comprovar ter trabalhado por, pelo menos, seis meses para receber o seguro.

A quantidade de meses em que o desempregado receberá o auxílio também varia. Caso seja o primeiro pedido, serão quatro parcelas, para quem tem entre 18 e 23 meses de trabalho; cinco parcelas, a partir de 23 meses. 

Já no caso de segundo pedido, são quatro parcelas, entre 12 e 23 meses de trabalho; e cinco parcelas, a partir de 23 meses.

Para quem faz o pedido pela terceira vez, são três parcelas, entre 6 e 11 meses de trabalho; quatro parcelas, entre 12 e 23 meses; e cinco parcelas, a partir de 23 meses. 

Quem pode receber:

- Trabalhador formal e doméstico, em virtude da dispensa sem justa causa, inclusive dispensa indireta;

- Trabalhador formal com contrato de trabalho suspenso em virtude de participação em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador;

- Pescador profissional durante o período do defeso;

- Trabalhador resgatado da condição semelhante à de escravo.

O benefício é calculado com base na média dos salários recebidos nos últimos 3 meses antes da demissão

FGTS

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) tem o objetivo de formar uma reserva de dinheiro para o trabalhador. As contas de FGTS de todos os trabalhadores ficam na Caixa Econômica Federal. 

O trabalhador tem direito de sacar o dinheiro referente a sua conta quando é demitido sem justa causa ou termina contrato com prazo fixado, aposenta-se, quer comprar uma casa ou apartamento, ou em caso de doença grave, como câncer e Aids.
 
Confira ocasiões em que se pode utilizar seu FGTS:

- Na demissão sem justa causa;

- No término do contrato por prazo determinado;

- Na rescisão do contrato por extinção total da empresa; supressão de parte de suas atividades; fechamento de quaisquer de seus estabelecimentos, filiais ou agências; falecimento do empregador individual ou decretação de nulidade do contrato de trabalho;

- Na rescisão do contrato por culpa recíproca ou força maior;

- Na amortização, liquidação de saldo devedor e pagamento de parte das prestações adquiridas em sistemas imobiliários de consórcio;

- Para aquisição de moradia própria, liquidação ou amortização de dívida ou pagamento de parte das prestações de financiamento habitacional.

- Multa de 40% sobre o saldo do FGTS: em demissões sem justa causa, o empregador também deve pagar uma multa de 40% do valor depositado no FGTS do trabalhador.

FAÇA UM PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Com o dinheiro na mão, é preciso saber se organizar para um período que pode ser rápido, ou mais longo do que se imagina. A educadora financeira Teresinha Rocha listou ao Portal EBC cinco passos para que o recém-desempregado não se perca nas contas.

Regra de ouro: guarde seu dinheiro

“Tranque a sete chaves o dinheiro de sua rescisão, você está em um período complicado e não pode gastar sem pensar”, indica a educadora financeira. Todos os valores recebidos devem ser guardados até que se trace um planejamento para as próximas ações.

Hora de montar uma estratégia 

“É preciso montar um raio-x detalhado da sua vida financeira. Você deve incluir na lista desde o cafezinho até a prestação da sua casa, se for o caso”, indica Teresinha. A ideia é agrupar as despesas por tipo, como educação, transporte e alimentação.

“Essa atitude vai facilitar uma análise de sua despesa, e uma posterior faxina”, pontua a especialista. “É preciso eliminar o desperdício e otimizar aquilo que é necessário, buscando alternativas mais baratas”, adianta. 

A partir daí a dica é elaborar um novo orçamento, adequado à nova realidade de vida. “É preciso aceitar esse novo momento e ser racional. Manter o padrão anterior pode agravar a situação”, adianta Teresinha.

Congele as ferramentas de crédito

“Quem não tem emprego não pode pagar juros, isso pode se tornar um caminho sem volta”, pontua a especialista. A dica inclui cartões de crédito e cheque especial. 

Busque fontes alternativas de renda

“É importante encarar essa fase como algo temporário e desenvolver outras habilidades enquanto não consegue se recolocar exatamente onde deseja”, explica. “Uma oportunidade pequena pode abrir portas para outras melhores”, lembra a educadora financeira.

Esperar exatamente a vaga que se deseja pode levar a um “círculo vicioso”. 

Invista na carreira

“Avalie se é possível investir tempo e alguma parte do dinheiro em palestras, cursos ou processos seletivos importantes para a carreira e que podem lhe reaproximar do mercado”, conclui Teresinha.

ENCONTRE UM NOVO POSTO DE TRABALHO

Contas em dia, é hora de buscar um novo emprego. As alternativas são muitas, e passam desde a busca em classificados, agências, distribuição de currículos e ferramentas digitais, até o investimento em processos seletivos para o segmento desejado.

A consultora de Recursos Humanos e Gestão de Carreira, Maurikeli Teles destaca que o mercado de trabalho está retraído e a tendência é se manter desta forma por mais algum tempo. “Muitas organizações estão reduzindo o quadro de funcionários e substituindo profissionais com remuneração alta por profissionais com menor remuneração”.

A especialista pontua, no entanto, que ainda existem vagas abertas e empresas contratando. “Para tanto, os profissionais precisam estar preparados para acessar as vagas e saber como buscar novas oportunidades”, avalia.

Durante o período de busca por emprego, é interessante aproveitar o tempo para se qualificar. Existem cursos gratuitos na internet ou com valores baixos. Os cursos devem ter relação com a área de atuação. “Um assistente administrativo optar por fazer um curso de gastronomia pode ser interessante para sua vida pessoal, mas não vai agregar no seu currículo. Ler livros e revistas relacionados a área de atuação também ajuda muito”, pontua a profissional.
 
A consultora lembra que as empresas têm buscado pessoas dispostas a trabalhar e a contribuir para o desenvolvimento da organização e que quem segue empregado deve se adaptar a nova realidade da empresa. “Pense que é o momento de se dedicar para que a empresa volte a crescer e tenha condições de fazer novas contratações no futuro. Portanto, trabalhe e mostre resultado”, indica.

Confira as dicas da consultora na hora de busca um novo posto de trabalho:

Ter um bom currículo

“O currículo é a forma como o candidato se apresenta às oportunidades. Um currículo bem feito é fundamental”, destaca Maurikeli. 

Quem tem mais experiência, de acordo com a especialista, deve buscar vagas de nível tático ou estratégico. “Sugiro acrescentar no currículo um campo com a síntese das principais qualificações – o que o diferencia dos demais profissionais”.

E fique atento: “É importante revisar o currículo para evitar erros de português”, alerta.

Como buscar vagas 

Com o currículo elaborado é hora de buscar as oportunidades. “Utilize os mais diversos meios para isso. As organizações estão anunciando cada vez menos em jornais, mas não despreze essa opção”, lembra a consultora.

Ela recomenda o cadastro no banco de dados das consultorias, nas bases de dados na internet (como catho e vagas.com), bem como em grupos de empregos nas redes sociais, no Site Nacional de Empregos (Sine) (http://www.sine.com.br/) e na agência do trabalhador de sua região. 

“Para cargos de nível tático e estratégico o Linkedin tem se mostrado como uma boa fonte. Ao enviar o currículo por e-mail, é simpático escrever uma cartinha se apresentando e falando que tem interesse em participar do processo seletivo. A carta deve ser breve e contar de forma sucinta sua experiência”, recomenda.

Algumas consultorias realizam entrevistas de rotina, ou seja, disponibilizam diariamente um horário para receber pessoas que querem entregar pessoalmente o currículo e já são entrevistas. Ligue nas consultorias e informe-se sobre essa alternativa.

Rede de relacionamentos

Entre em contato com as pessoas que você conhece e peça ajuda. “Avise que está em busca de novas oportunidades e compartilhe seu currículo”, diz a consultora.

Processo de contratação

Na entrevista vista-se de forma adequada. Busque também informações sobre a empresa que oferece a vaga.

Se aprovado, “seja flexível na negociação salarial”. “O mercado tem praticado remuneração um pouco mais baixa que há um ano”, lembra a especialista.

“Foi contratado? Realize outras atividades além das que foi chamado para fazer. Conhecer outras atribuições poderá de ajudar quando precisar de novo emprego”, resume Maurikeli.

Montando seu currículo

Saiba as informações que não podem faltar em cada um dos campos do documento

Cabeçalho

Deve conter informações básicas como nome completo, endereço, telefone e e-mail (não é necessário colocar CPF ou RG) de quem vai se candidatar ao cargo.

Objetivo profissional

A informação deve ser curta, por exemplo: atuar como vendedor

Formação acadêmica

Os dados devem incluir o curso,  instituição onde cursou e ano de conclusão

Experiência profissional

Deve conter o nome da empresa, cargo, período e atribuições. Idiomas só devem ser citados se o nível for intermediário ou avançado.

Já entre os cursos realizados, deve-se destacar apenas os mais relevantes.

Dicas para entrevista

Vista-se de forma adequada. Evite chinelo, decotes e bermudas. Terno só é recomendado se o cargo exigir.

Pesquise a respeito da empresa antes de ir para entrevista.

Chegue com aproximadamente 10 minutos de antecedência. “Atrasos são imperdoáveis”, lembra a especialista.

Utilize comunicação clara e evite o uso de gírias. Jamais masque chicletes. 

Fale sempre a verdade.

Mantenha boa postura e nunca fale mal do seu emprego anterior.

Mantenha o celular desligado ou no silencioso e, em hipótese alguma, atenda uma chamada.

Ouça com atenção as perguntas e responda o que foi perguntado. “Contar histórias tristes e falar que precisa do emprego não te dará a vaga. Fale sobre como poderá contribuir com a empresa, os conhecimentos que tem e resultados que já alcançou”, sugere.

 

Creative Commons - CC BY 3.0

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