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Refugiados sírios na Turquia ultrapassam 100 mil
Criado em 15/10/12 15h06
e atualizado em 15/10/12 15h13
Por Agência Lusa
Agência Lusa - O número de refugiados sírios registados na Turquia ultrapassa os 100.000, número considerado pelas autoridades como limite da sua capacidade de acolhimento, anunciou hoje a direção das situações de emergência do governo turco.
Um total de 100.363 refugiados sírios divide-se em 14 acampamentos em sete províncias do sul do país, junto à fronteira com a Síria, segundo um comunicado da agência AFAD.
As autoridades estimam que vários milhares de sírios estejam na Turquia sem registro, instalados em hotéis ou apartamentos.
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Capacidade de acolhimento
A Turquia, que se opõe ao regime de Damasco, tinha afirmado anteriormente que não tem capacidade para acolher mais de 100.000 refugiados, mas que não vai impedir a entrada de pessoas mesmo depois de ultrapassado esse número.
O ministro para os Assuntos Europeus turco, Egemen Bagis, apelou hoje à União Europeia para aumentar a ajuda à Turquia na gestão desta crise de refugiados e acusou Bruxelas de estar excessivamente centrada na sua crise da dívida. “A Europa devia começar a pensar nas pessoas que fugiram da Síria para a Turquia. A Europa tem de ajudar as que precisam de um abrigo seguro”, disse Bagis em entrevista ao diário alemão Die Welt.
Europa
Confrontados com estas declarações, vários ministros europeus asseguraram que a UE vai manter o apoio à Turquia mas não contempla oferecer-lhes refúgio.
“Temos de nos concentrar no acolhimento dos refugiados lá. Estes refugiados não querem sair do país para sempre, têm família, laços pessoais com o país, e querem regressar o mais depressa possível”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Guido Westerwelle.
“Não podemos pegar em aviões e transportar estas pessoas para a Europa e dizer que o problema está resolvido”, considerou também o chefe da diplomacia luxemburguesa, Jean Asselborn.
Segundo a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, a UE tem ajudado a Turquia e vai continuar a fazê-lo, sendo que a principal necessidade do país é “tempo” para preparar instalações de acolhimento.
O conflito armado iniciado há 19 meses na Síria provocou uma fuga de refugiados para os países vizinhos, nomeadamente na Jordânia, que acolhe cerca de 210.000 refugiados.
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