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Brasil e União Europeia estarão mais empenhados em 'acordos reais', diz analista
Criado em 22/01/13 09h50
e atualizado em 22/01/13 09h58
Por Agência Lusa
Brasília, 22 jan (Lusa) – O governo brasileiro estará mais empenhado em procurar acordos "reais" durante a próxima Cúpula Brasil-União Europeia, nesta quinta-feira (24), face à continuidade da crise econômica, segundo analistas.
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"Nestas reuniões às vezes os resultados não ficam muito claros, mas acredito que nesta haverá um esforço maior para se chegar a conclusões com efeitos reais, porque os dois parceiros estão precisando", disse à agência de notícias Lusa a analista política Elena Lazarou, professora de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Ao contrário do que aconteceu na última reunião bilateral, em outubro de 2011 - quando a crise ainda não estava afetando o Brasil e a presidenta Dilma Rousseff até deu "conselhos" contra a austeridade aos líderes europeus - neste momento já se tornou mais evidente que o Brasil terá pela frente um ano difícil para o seu crescimento econômico.
Outro "empurrão" que poderá facilitar o ambiente para os acordos vem do facto de a Cúpula Brasil-União Europeia ocorrer apenas dois dias antes da realização da I Cúpula União Europeia-Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e do Caribe), que se realiza em Santiago do Chile, no próximo fim de semana.
Para Elena Lazarou, a Cúpula no Brasil poderá funcionar como uma "prévia" da Cúpula birregional, na qual estarão presentes tanto os líderes do Mercado Comum do Sul (Mercosul) como os principais líderes europeus.
Ainda sobre as negociações exclusivamente com o Brasil, Elena Lazarou disse acreditar num ambiente propício a esforços mais concentrados na ampliação de investimentos de serviços, como a oferta de voos entre as duas regiões.
É possível que um "Acordo a Céu aberto", que prevê a eliminação de tarifas para os voos entre países europeus e o Brasil, seja finalmente concluído.
O acordo chegou perto de ser fechado no último encontro, em outubro de 2011, mas a sua assinatura acabou por ser adiada. "Acredito que será fechado em breve porque essa tem sido uma tendência da União Europeia, de facilitar esse trânsito, no sentido de mobilizar a concorrência entre as companhias áreas", observou.
Outro ponto importante na agenda serão as discussões sobre melhorias nas políticas de migração, reativadas pela inversão do fluxo migratório, causada pela crise.
"A política migratória não é um assunto de controvérsia, estão num caminho bom para estabelecer novas aberturas. Antes, o fluxo era maioritariamente de brasileiros em direção à UE, agora, embora não em número tão expressivo, vemos o contrário", referiu.
A Cúpula Brasil-União Europeia foi criada em 2007, quando as duas partes decidiram assinar um acordo de parceria estratégica.
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