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Protesto em Santiago lembrou os cinco anos da morte do jovem mapuche Matías Catrileo, morto por um policial em 2008

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Comunidades mapuche convidam presidente do Chile para assembleia

Criado em 08/01/13 20h41 e atualizado em 09/01/13 08h05
Por Leandro Melito - Portal EBC*

Protesto lembra cinco anos de indígena morto no Chile
Protesto em Santiago lembrou os cinco anos da morte do jovem mapuche Matías Catrileo, morto por um policial em 2008 (Mario Ruiz / Agência Lusa)

Organizações mapuches convocaram uma assembleia para o próximo dia 16 de janeiro na cidade  de Temuco, no Sul do Chile,  para a qual convidarão o presidente Sebastian Piñera, membros de seu gabinete e representantes dos poderes Legislativo e Judiciário. A informação foi divulgada por meio do Twitter pelo jornalista Pedro Cayuqueo, membro da comunidade Luis Millaqueo.

Entre as comunidades que convocaram a reunião estão a Comunidade Temucuicui, o Conselho de Todas as Terras e o Conselho de Caciques. Lideranças indígenas se reuniram nesta terça-feira (08) para falar sobre o conflito mapuche e definiram a data da assembleia que tratará das medidas adotadas pelo governo e realizar um pronunciamento oficial dos indígenas.

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Na última semana, após um atentado incendiário que causou a morte de um casal de latifundiários na região de Araucania, a cerca de 700 quilômetros da capital Santiago, o governo chileno anunciou que utilizará  a lei antiterrorista para combater os ataques e cogita declarar estado de exceção na região, marcada pelo conflito de terras entre mapuches e fazendeiros. Nesta terça-feira um novo ataque incendiário foi registrado na mesma região, desta vez na comunidade de Padre Las Casa, onde foram atingidas uma casa e dois galpões arrendados por um membro da comunidade mapuche.


Medidas do governo geram críticas

Piñera anuncia que vai utilizar lei antiterrorista contra ataques
O presidente Sebastiãn Piñera se deslocou até a região de Araucania onde ocorreu o incêndio e anunciou que utilizará lei antiterrorista (Alex Ibañez / Presidência do Chile)

Parlamentares e representantes de sociais criticaram nesta terça-feira (08) o apoio do governo do Chile a um bloqueio de rodovias por fazendeiros e caminhoneiros na região do conflito.
Os manifestantes paralisaram durante mais de duas horas a principal via que liga a região de Araucania à capital Santiago, sem nenhuma interferência da polícia chilena.

Os deputados Gabriel Ascencio e Gabriel Silber apresentaram uma denúncia ante a Fiscalia Nacional – equivalente ao Ministério Público no Chile – contra o ministro de Interior, Andrés Chadwick, a polícia de Carabineros, o Intendente regional  de Araucania e outros funcionários públicos por não cumprirem com o dever legal de fazer frente aos autores da manifestação.

Segundo Ascencio, com o apoio ao bloqueio, Chadwick atuou de maneira totalmente oposta a que faz com os movimentos sociais, estudantis e trabalhadores, que são reprimidos em qualquer mobilização.

“Quando os cidadãos cortam caminhos, o governo aplica a lei de segurança interior do Estado e quanto os dirigentes sindicias o fazem, o ministro do Interior do mesmo governo acha positivo”.

Ataque indendiário resultou em morte de casal de 75 anos no Chile
O casal Werner Luchsinger e Vivianne McKay foi encontrado morto após o incêndio em Araucania, região Sul do Chile (Agência Lusa)

Ao ser consultado sobre o bloqueio da rodovia, Chadwick disse que os caminhoneiros como expressão de classe deram um testemunho de rechaço à violência, que em muitas oportunidades os afeta diretamente. Segundo o ministro, “todos atos que impliquem rechaço e manifestações contrárias à violência o governo vê como algo positivo”.

O ministro chileno da Presidência, Cristián Larroulet, afirmou nesta terça-feira, que os grupos violentos que tem realizado ataques nos últimos dias em Araucania tem contato com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). “Estamos na presença de um grupo terrorista organizado, com métodos terroristas, com conexões internacionais que os provê com capacitação, com treinamentos e com contatos com as Farc”, afirmou em entrevista ao canal 13 da televisão chilena.

Segundo o ministro, o atentado que provocou duas mortes na última quinta-feira, marca um “antes e um depois” na situação existente na região, onde comunidades mapuche reivindicam a propriedade das terras há vários anos. “Os carabineros estarão responsáveis pelas investigações para que detectemos esse grupo terrorista. Aqui estamos na presença do terrorismo”.  Larroulet afirmou que o governo não considera necessário “criar uma instância de estado de excessão”, apesar de essa não ser uma “possibilidade descartada”.

Estudantes pedem diálogo

A Federação dos Estudantes da Universidade do Chile (FECH) divulgou em seu site um texto em que critica a atitude do governo, em que criticam a utilização da lei antiterrorista antes de uma investigação séria por parte das instituições competentes e considera “inconcebível o estabelecimento de um estado de exceção” na região, “pois possivelmente este ato permitirá ainda mais hostilidades e excessos por parte da autoridade policial e militar, gerando uma escalada de violência”, diz o texto.

Os estudantes também criticam o Estado chileno por “não ter feito esforços para que se faça justiça em todos esses casos, nem tampouco ter dado mostras de querer iniciar um diálogo com as comunidades em disputa” e fazem um chamado “para que se iniciem processos de diálogo com um verdadeiro compromisso e vontade de superar o conflito, buscando uma saída política que seja justa para as comunidades mapuche”.

* Com informações das agência pública de notícias da argentina, Télam e de Cuba, Prensa Latina.

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