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Governo do Chile descarta participar de assembleia mapuche sobre conflito
Criado em 09/01/13 16h49
e atualizado em 09/01/13 17h05
Por Portal EBC*
Com a justificativa de que os organizadores “nunca quiseram participar da Aérea de Desenvolvimento Indígena (ADI), a porta-voz do governo, Cecília Pérez, descartou a presença do presidente Sebastian Piñera, na assembleia que acontecerá na cidade de Temuco, onde diversas organizações indígenas discutirão sobre o conflito mapuche.
“Nós estamos abertos ao diálogo, mas hoje em dia a região tem uma instituição e essa é a ADI, que representa 37 das 42 comunidades indígenas”, afirmou a porta-voz, encerrando a possibilidade de que o presidente, convidado especial do encontro, participe na atividade programada para o dia 16 de janeiro.
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Pérez enfatzou que as comunidades que pedem para dialogar, entre elas Temucuicui e Wallmapu, “não quiseram participar da ADI”. “Nós cremos que é uma oportunidade de que elas possam se integrar no trabalho institucional”, afirmou.
A secretaria de Estado também reiterou que o governo continua analizando a possibilidade de aplicar um estado de exceção em Araucanía. “Dia a dia, semana a semana, monitoramos o que está acontecendo. Portanto não renunciamos a nenhum estado de exceção, nem a nenhuma medida adicional que nos permita avançar na luta que hoje existe contra esse grupo terrorista”, afirmou.
Na assembleia convocada nesta terça-feira (08) pelas comunidades mapuche, será discutida a situação de tensão gerada nos últimos dias após a morte de um casal de fazendeiros e sucessivos incêndios que tem ocorrido na região de Araucanía, além das demandas históricas do povo mapuche como a autodeterminação e a recuperação de suas terras.
A Federação dos Estudantes da Universidade do Chile (FECH) divulgou em seu site um texto em que critica a atitude do governo, em que criticam a utilização da lei antiterrorista antes de uma investigação séria por parte das instituições competentes e considera “inconcebível o estabelecimento de um estado de exceção” na região, “pois possivelmente este ato permitirá ainda mais hostilidades e excessos por parte da autoridade policial e militar, gerando uma escalada de violência”, diz o texto.
Os estudantes também criticam o Estado chileno por “não ter feito esforços para que se faça justiça em todos esses casos, nem tampouco ter dado mostras de querer iniciar um diálogo com as comunidades em disputa” e fazem um chamado “para que se iniciem processos de diálogo com um verdadeiro compromisso e vontade de superar o conflito, buscando uma saída política que seja justa para as comunidades mapuche”.
*Com informações da emissora estatal de televisão do Chile, TVN e da agência pública de notícias de Cuba, Prensa Latina
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