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Mulheres na Igreja Católica podem ser leigas ou religiosas. Clérigos são instâncias permitidas apenas a homens

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Maior participação de mulheres na Igreja Católica é tema sensível no Vaticano

Criado em 06/03/13 16h16 e atualizado em 06/03/13 17h48
Por Allan Walbert Fonte:Portal EBC

Freiras
Mulheres na Igreja Católica podem ser leigas ou religiosas. Clérigos são posições permitidas apenas a homens (breezy42/Flickr/Creative Commons)

A participação das mulheres na Igreja Católica será um dos temas sensíveis para o novo papa. O Anuário Pontifício 2012 aponta que, apesar de um aumento no número de católicos no mundo (1,2 bilhão de seguidores no total), a quantidade de mulheres religiosas sofreu uma queda: saiu de cerca de 729 mil para aproximadamente 721 mil. O dado aumenta entre alguns setores dessa religião o sentimento sobre a necessidade de maior influência do gênero nas decisões do clero.

A estrutura hierárquica da Igreja Católica não permite a participação de mulheres nas decisões de poder. Diáconos, padres, bispos, cardeais e o próprio papa devem ser do sexo masculino. Uma das explicações vem da própria tradição católica, que evoca a Bíblia e lembra que o colégio dos doze apóstolos de Jesus foi formado apenas por homens. Dessa forma, o sacramento da ordem que faz de um fiel membro da hierarquia de governo pode ser aplicada apenas a eles.

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Pela conjuntura atual, no conceito de 'povo de Deus' a mulher pode atingir duas entre três instâncias: a de leiga (fiel); ou de religiosa (que leva uma vida consagrada e, muitas vezes, reclusa e contemplativa). Freiras e monjas são exemplos de religiosas católicas. As freiras vivem geralmente em conventos. Já as monjas vivem, na maior parte das vezes, em mosteiros.

Especificamente no Vaticano, as mulheres só podem atingir o cargo de subsecretárias, o terceiro na linha de importância de cada departamento. Atualmente, apenas duas mulheres ocupam essa posição.

Proibição

Durante os quase oito anos de pontificado, Bento XVI chegou a admitir que o Vaticano anda a passos lentos na questão do crescimento das mulheres na Igreja Católica. O papa reconheceu a importância delas na construção do cristianismo. O reconhecimento não trouxe, porém, mudanças na estrutura.

Na Santa Missa Crismal de 5 de abril do ano passado, Bento XVI enfatizou que promover a ordenação de mulheres é uma “desobediência ao Magistério”. O trecho de seu pronunciamento foi uma resposta a um grupo de sacerdotes europeus que defendiam temas sensíveis como a própria ordenação. “Será a desobediência um caminho para renovar a Igreja?, perguntou.

Vaticano - 2
Cardeais estão em Roma para definir o novo papa (TheCreativePenn/Creative Commons)

Em tempos de conclave, em que a eleição de um novo papa pode trazer mudanças significativas à estrutura da igreja, especialistas em Vaticano ficam divididos sobre as chances dessa renovação. Enquanto uns acreditam na linha progressista, outros apostam na continuidade da linha conservadora que guia a maioria dos cardeais que têm poder de voto na eleição.

Em entrevista à agência de notícias Reuters e com repercursão em outros veículos internacionais de imprensa, o cardeal argentino Leonardo Sandri defendeu uma maior participação das mulheres na igreja. "Elas devem ter um papel muito mais importante na vida da Igreja […] Este será um desafio para nós no futuro”, disse, sem citar a questão da ordenação.

Busca pela aceitação

Presidente da Associação de Teólogos do Terceiro Mundo (Asett, na sigla em inglês), a doutora em Teologia Sistemática na Universidade Metodista de São Paulo, Luiza Tomita, sai em defesa de maior relevância das mulheres na religião. Definida por si mesma como teóloga feminista da libertação, Tomita afirma que no catolicismo as mulheres possuem o que ela chama de “cidadania de segunda categoria”.

“Nós não temos acesso às mesmas instâncias de poder que os homens. Não nos consideramos exatamente marginalizadas. Os homens que têm poder na igreja católica se mostram acolhedores com o gênero feminino, mas desde que apenas eles sejam os detentores da palavra final”, comenta Tomita.

“Nós mulheres não pretendememos o poder do sacramento para exercê-lo em proveito próprio, mas em prol da comunidade”, defende a teóloga, afirmando ainda que a questão da ordenação seria a grande conquista das mulheres no mundo católico. Tomita acredita, porém, que não existe otimismo sobre o avanço nesse assunto com a chegada de um novo papa. “Não temos esperança. Não existem bispos com linha mais liberal, mais progressista”, diz.

Creative Commons - CC BY 3.0

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