one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Apesar da suspensão do Paraguai do Mercosul, país está representado por sua bandeira e organizações da sociedade civil em Cúpula Social

Imagem:

Compartilhar:

Paraguaios vão às urnas para eleger novo presidente

Criado em 21/04/13 10h49 e atualizado em 21/04/13 11h27
Por Monica Yanakiew Edição:Tereza Barbosa Fonte:Correspondente da Agência Brasil/EBC

Paraguai é representado por sociedade civil na Cúpula Social do Mercosul
Paraguaios vão às urnas para eleger novo presidente (Eduardo Aigern / Cúpula do Mercosul)

Assunção – O Paraguai elege hoje (21) um novo presidente e renova a totalidade do Congresso. A votação ocorre dez meses depois da crise institucional desencadeada pela destituição do presidente Fernando Lugo, que levou os governos regionais a suspenderem o país do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e da União de Nações Sulamericanas (Unasul).

Desde as 8h e até as 18h (horário de Brasília), 3,5 milhões de paraguaios irão às urnas para decidir quem vai governar o país nos próximos cinco anos. Dois dos 11 candidatos lideram as pesquisas de opinião, ambos de partidos tradicionais: Horacio Cartes, do Partido Colorado (que governou o país durante 61 anos), e Efraín Alegre, do Partido Liberal Autentico (no poder desde o impeachment de Lugo).

Os resultados preliminares devem ser divulgados três horas depois do fechamento das urnas e a previsão é de que, até o final da noite, o nome do vencedor seja anunciado. No Paraguai não existe segundo turno: ganha quem obtiver a maioria dos votos. Além de presidente, os paraguaios elegerão 17 governadores, 45 senadores e 80 deputados federais. As últimas pesquisas indicavam que os colorados e liberais teriam as maiores bancadas, mas que a esquerda ganharia terreno.

“Fernando Lugo é candidato a senador pela Frente Guasú. Deve ser eleito e provavelmente consiga eleger outros quatro senadores, formando uma bancada própria – coisa que não tinha quando era presidente”, disse à Agência Brasil o analista politico Francisco Capli, da consultora First Analysis, que faz pesquisas de opinião. Foi o Congresso, de maioria oposicionista, que aprovou o impeachment relâmpago de Lugo. Em 48 horas o ex-bispo esquerdista foi julgado, condenado e substituído por seu vice, Federico Franco – político conservador do Partido Liberal.

A rapidez e a forma do processo político foram questionadas pelos governos brasileiro, argentino e uruguaio – sócios do Paraguai no Mercosul. Em resposta ao que consideraram ser um “golpe parlamentar” contra Lugo, suspenderam o país do bloco regional até a realização de novas eleições presidenciais. Caberá ao novo presidente, que assumirá em agosto, retomar o diálogo político com o Mercosul (as relações comerciais foram mantidas).

O próprio Franco disse que esperava a normalização das relações antes mesmo da posse de seu sucessor, no dia 15 de agosto. Tanto o liberal Alegre (candidato de Franco) quanto o colorado Cartes (cujo partido foi derrotado por Lugo em 2008) manifestaram-se a favor do Mercosul. Mas o novo presidente, seja ele quem for, precisa do apoio do Congresso para superar outro imbroglio.

Tão logo suspenderam o Paraguai do Mercosul, Brasil, Argentina e Uruguai incorporaram a Venezuela – cuja adesão tinha sido aprovada por todos os parlamentos, menos o paraguaio. O Congresso do Paraguai não só manteve o veto, como no ano passado declarou Nicolas Maduro “pessoa não grata”. Na época, ele era vice de Hugo Chávez (morto em março). Na sexta-feira (19) ele tomou posse como presidente eleito da Venezuela.

O Paraguai não foi afetado pela suspensão do Mercosul – a economia deve crescer entre 11% e 13%, segundo previsões de economistas independentes e do Banco Central. Inclusive, as exportações do país para o Brasil aumentaram cerca de 30%.

“Mas esse crescimento depende, 40%, do desempenho do setor agropecuário, que é afetado pelo clima”, disse à Agencia Brasil o economista Fernando Masi, do Centro de Analise e Difusão da Economia Paraguaia (Cadep). “Somos o quarto produtor mundial de soja, mas se houver uma seca nosso crescimento despenca. Precisamos de investimentos em infraestrutura e na indústria - atividades que gerem emprego e nos permitem combater a pobreza”.

A falta de emprego é uma das principais queixas dos eleitores. Cerca de 30% da população economicamente ativa estão subempregados e a pobreza ainda atinge 30% do país. A segunda atividade econômica do Paraguai, depois da agropecuária, é o que Masi chama de “reexportacao”.

O Paraguai é uma espécie de zona livre dentro do Mercosul: importa produtos (principalmente da Ásia) a tarifas baixas, para serem vendidos no Brasil. Sacoleiros brasileiros cruzam a fronteira para fazer compras baratas no Paraguai. “Faturamos com esse comércio o mesmo que com as exportações de nossos produtos: US$ 5 bilhões anuais”, disse Masi.

Edição: Tereza Barbosa

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário