one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Pessoas reunidas em protesto na cidade de Aveiro

Imagem:

Compartilhar:

Centrais sindicais preparam nova greve geral em Portugal contra medidas de austeridade

Criado em 02/06/13 13h04 e atualizado em 02/06/13 13h31
Por Gilberto Costa Edição:Lana Cristina Fonte:Agência Brasil

Manifestação contra a Troika, em Portugal
Manifestação contra a Troika, em Portugal. (Carlos Pinto / Creative Commons)

Lisboa – Portugal enfrentará uma nova greve geral no próximo dia 27. A paralisação é convocada pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) em protesto contra a política de austeridade do governo de Pedro Passos Coelho. Desde 2011, o país integra um programa de ajustamento econômico para receber a ajuda financeira de 78 bilhões de euros da Troika, comitê formado pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

De acordo com o secretário-geral da CGTP, Armênio Carlos, a greve tem o objetivo de afirmar “a defesa da dignidade de todos que vivem e trabalham em Portugal” e marca a resistência à “ofensiva generalizada contra todos os trabalhadores sem exceção”. Os trabalhadores temem o que virá da mudança na legislação laboral dos trabalhadores privados e protestam contra a anunciada demissão de 30 mil funcionários públicos e também contra a taxação de aposentadorias e pensões – medidas anunciadas em maio pelo governo. 

Os cortes, os aumentos de contribuições e a flexibilização da legislação trabalhista, em estudo pelo Ministério das Finanças, visam à redução do histórico déficit orçamentário de Portugal, que resultou em dívida pública de valor superior a 125% do Produto Interno Bruto. O equilíbrio entre arrecadação e gastos do Estado é considerado vital pelo governo e credores estrangeiros para que o país demonstre ter condições de negociar os títulos do Tesouro no mercado financeiro internacional.

Em vez da austeridade, a CGTP defende que o país tenha políticas econômicas que estimulem a produção nacional, aqueçam mercado interno, gerem emprego, aumentem o valor dos salários (inclusive o piso mínimo de 485 euros) e das aposentadorias e pensões. O raciocínio dos sindicalistas portugueses, compartilhado pelos partidos de oposição, é o de que a retomada do crescimento econômico favoreceria o equilíbrio orçamentário porque geraria mais receita para o Estado, com o aumento consequente na arrecadação de impostos.

Além da sintonia com a oposição, a greve geral marca a aproximação da CGTP - ligada ao Partido Comunista Português - com a União Geral dos Trabalhadores (UGT) - vinculada ao Partido Socialista (oposição) e ao Partido Social Democrata (governo). “Nós continuamos a privilegiar a convergência na ação”, disse Armênio Carlos ao acenar para a outra central sindical. “Há, neste momento, um vasto consenso de vários dirigentes sindicais, quer da UGT, quer dos sindicatos independentes, no sentido de convergir [para a realização da greve] e concretizar, no próximo dia 27, uma grande greve geral”.

De acordo com a agência pública de notícias portuguesa Lusa, a direção da UGT reúne-se amanhã (3) para decidir se participa da greve geral. O secretário-geral da entidade, Carlos Silva, já admitiu a possibilidade de haver, em junho, uma "jornada de luta conjunta", tendo em conta a "situação que o país atravessa". No começo de maio, cerca de dez dias após tomarem posse na UGT, Silva e outros dirigentes sindicais visitaram a CGTP para apresentação da nova direção e da agenda estabelecida pelo último congresso da central.

Esta é segunda greve geral que ocorrerá em Portugal em menos de oito meses. Algumas categorias também estão se mobilizando para cruzar os braços, reforçando o protesto das centrais, como é o caso dos professores das escolas públicas, que devem parar na primeira quinzena deste mês, em protesto contra a intenção do governo de incluir os docentes em regime de mobilidade especial dos funcionários públicos (pré-demissão) e de aumentar a jornada de trabalho.

Na última quinta-feira (30), os metroviários de Lisboa paralisaram suas atividades por 24 horas. Há duas semanas, a CGTP fez protesto em frente ao Palácio de Belém (sede da Presidência da República) pedindo que o presidente Aníbal Cavaco Silva demitisse sua equipe de governo.

Ontem (1º), ocorreram protestos contra a austeridade nas principais cidades de Portugal, como a capital, Lisboa, e no Porto. Os manifestos foram organizados pelo movimento Que se Lixe a Troika. As manifestações acompanharam protestos ocorridos também em Madrid, Bruxelas e Frankfurt (Espanha, Bélgica e Alemanha, respectivamente).

Edição: Lana Cristina

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário