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Bolivianos

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Uma semana após assassinato de menino em SP, governo da Bolívia aguarda por justiça

Criado em 04/07/13 06h12 e atualizado em 04/07/13 08h14
Por Renata Giraldi Edição:Graça Adjuto Fonte:Agência Brasil

Brasília – Uma semana depois do assassinato do boliviano Brayan Yanarico Capcha, de 5 anos, por um assaltante em São Paulo, no momento em que era consolado no colo da mãe, o embaixador da Bolívia no Brasil, Jerjes Justiniano Talavera, defendeu uma  “reação em dupla direção” por parte do governo brasileiro. Para ele, é preciso punir os responsáveis pela morte da criança e ampliar a segurança nas áreas onde vivem os bolivianos que migram para o Brasil.

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“Esperamos uma reação do governo brasileiro, uma reação em dupla direção: a busca pela justiça e a punição e mais proteção nos bairros onde moram os bolivianos porque, geralmente, há ausência policial”, ressaltou à Agência Brasil o embaixador. “Não mataram a criança porque era um menino boliviano. Mataram porque a delinquência não é direcionada aos estrangeiros, mas a todos.”

Justiniano Talavera alertou que é preciso redobrar os esforços para tentar uma solução para os bolivianos que são explorados no Brasil. Segundo ele, a desinformação associada ao medo agrava ainda mais a situação. A seguir, os principais trechos da entrevista do embaixador à Agência Brasil.

Agência Brasil (ABr) – O que o governo da Bolívia espera de reação do Brasil, após a morte do Brayan Yanarico, no último dia 28?  

Jerjes Justiniano Talavera -  Esperamos uma reação do governo brasileiro, uma reação em dupla direção: a busca pela justiça, a punição e mais proteção nos bairros onde moram os bolivianos porque, geralmente, há ausência policial. É preciso que se faça justiça para aquele pai e aquela mãe que perderam o filho. Que o Estado brasileiro busque justiça. Mas é preciso também dar maior proteção para os bairros onde moram os bolivianos que vêm buscar oportunidades [no Brasil]. Não mataram a criança porque era um menino boliviano. Mataram porque a delinquência não é direcionada aos estrangeiros, mas a todos na sociedade.

ABr – Mas a morte do Brayan trouxe à tona a fragilidade que envolve os bolivianos que procuram a sorte no Brasil. Como o governo da Bolívia lida com o tema?

Justiniano – Há aproximadamente 250 mil bolivianos morando no Brasil, mas calculamos que de 14 mil a 15 mil são irregulares. Infelizmente são muito explorados, embora a maioria seja de mão de obra qualificada, em geral, excelentes artesãos. A exploração existe pela desinformação por parte dos bolivianos, que não sabem que é possível ser legal no Brasil sem ter de passar por intermediários.

ABr – A exploração dos bolivianos no Brasil é tema constante de discussões de autoridades dos dois países.
Justiniano – Recentemente fiz uma reunião com uma comissão de parlamentares que analisa a questão da exploração e do trabalho escravo. Os parlamentares conversaram com vários bolivianos que vivem em São Paulo e estão em uma situação que nos preocupa. Os deputados ouviram deles que não querem denunciar por medo. Medo das autoridades brasileiras e bolivianas. Tudo isso precisa ser trabalhado no esforço de impedir que essas situações se repitam.

ABr – O senhor tem alguma sugestão para minimizar o problema a curto prazo?  
Justiniano – Se as autoridades brasileiras pedissem minha opinião, eu iria propor que os  bolivianos trabalhem na região de fronteira da Bolívia com o Brasil, e os brasileiros passem a comprar os nossos produtos [bolivianos] sem impor tarifas elevadas nem taxas. Ao meu ver, é um meio de reduzir o problema e atender a todos. Mas é só uma sugestão pessoal.

Edição: Graça Adjuto


 

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