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Entenda a onda de protestos na Venezuela
Criado em 17/02/14 15h13
e atualizado em 17/02/14 16h02
Por Portal EBC
Uma onda de protestos tem levado às ruas da Venezuela opositores ao governo do presidente Nicolás Maduro, entre eles muitos estudantes. Os manifestantes questionam a atuação do mandatário e a situação política do país. Ao mesmo tempo, representantes de movimentos que apoiam o governo também promovem marchas na capital Caracas e em outras cidades em defesa do representante chavista.
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Para agravar a situação, a movimentação social ocorre em meio a uma difícil situação econômica na Venezuela. A crescente inflação, aliada à ausência de produtos industrializados nas prateleiras e ao decreto-lei “de preços justos” – que limita o lucro dos empresários locais a 30% sobre o valor da mercadoria – têm acirrado os ânimos no país.
Entenda o decreto-lei "de preços justos":
Um dos momentos críticos ocorreu na última quarta-feira (12), quando uma manifestação oposicionista ao governo, formada basicamente por estudantes, deixou o saldo de três mortes – dois estudantes e um líder comunitário governista – e mais de 20 pessoas feridas. Na mesma data, enquanto milhares criticavam o regime, grandes grupos protestavam a favor de Maduro aproveitando a comemoração do bicentenário da chamada Batalha da Vitória, considerada decisiva para a consolidação da independência do país.
A violência e as mortes durante as manifestações levaram governo e oposição a trocar duras acusações. Enquanto Maduro afirma ter convocado a juventude socialista para uma marcha pacífica, universitários oposicionistas postam fotos de manifestantes feridos, supostamente por policiais a serviço do governo.
Os estudantes têm apoio da oposição política, liderada pelo governador do estado de Miranda, Henrique Capriles. No entanto, o líder do partido de direita Vontade Popular, Leopoldo Lópes, é considerado pelo governo venezuelano como o mentor do movimento de oposição. A prisão de Lópes já foi ordenada, mas ele anunciou que só se apresentará à Justiça nesta terça-feira (18), após novo movimento contra o governo.
Na oposição, duas correntes diferem quanto à forma de se contrapor ao chavismo. Uma, de Capriles, é mais mais moderada e reivindica mudanças no Executivo. A outra, considerada radical e capitaneada por Lópes, quer a completa troca do governo. As manifestações relembram o clima de disputa política que marcou o governo de Hugo Chávez e a campanha eleitoral pela eleição de Maduro, em 2013.
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