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Mediador diz que moratória argentina é iminente e cidadão será prejudicado

Criado em 30/07/14 23h13 e atualizado em 30/07/14 23h18
Por Monica Yanakiew - Correspondente da Agência Brasil/EBC Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil

A Argentina vai entrar em “moratória iminente”, que é um “acontecimento doloroso”, e vai "machucar pessoas reais”, disse o advogado americano Daniel Pollack, em duro comunicado, divulgado nesta quarta-feira (30) após o fracasso das negociações entre o governo argentino e os chamados "fundos abutres”. Esses fundos (que representam 7% dos detentores de títulos da dívida argentina) não aderiram às propostas de reestruturação da dívida, depois da moratória de 2001, e entraram na Justiça para cobrar a totalidade, sem desconto. Um pequeno grupo ganhou o processo em um tribunal de Nova York e o direito de receber US$ 1,6 bilhão já.

Essa sentença favorável aos fundos abutres, ditada pelo juiz Thomas Griesa, desencadeou a atual crise. A Argentina insistiu até o último momento que não podia cumprir a sentença neste ano, alegando que estaria violando os acordos assinados com os credores da dívida reestruturada – que aceitaram receber em 30 anos, com 65% de desconto, e que representam 93% dos credores da dívida argentina. Os acordos têm a cláusula Rufo (Rights Upon Future Offers), traduzida como Direitos sobre ofertas futuras, que vence no dia 31de dezembro, e impede ao país fazer uma oferta melhor aos credores que não aceitaram renegociar.

O ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, disse que a violação dessa cláusula poderia resultar em uma avalanche de processos por parte da maioria dos credores, aos quais a Argentina hoje deve US$ 40 bilhões. Se eles pedirem uma renegociação para cobrar a íntegra, como os fundos abutres, a dívida poderia duplicar ou triplicar. Ele também disse que o país já enfrenta processos abertos por outros fundos abutres que – se tiverem sentença favorável – podem exigir o pagamento de US$ 15 bilhões.

“Existem 200 processos iguais a este”, disse o economista Guillermo Nielsen, que participou das propostas de reestruturação da dívida. Ele e outros economistas acham que, apesar de a Argentina não estar  na mesma situação que em 2001, quando enfrentava séria crise e foi obrigada a dar o calote, a moratória vai afetar o bolso dos argentinos.

“O governo federal já estava fora dos mercados financeiros internacionais, desde 2001, mas os governos provinciais e a empresa estatal de petróleo, Yacimientos Petrolíferos Federales, estavam recebendo créditos. Não terão mais", disse, em entrevista à Agencia Brasil, o economista Enrique Swezach. “E o governo contava com uma normalização da situação, porque a realidade hoje é muito mais difícil do que alguns anos atrás, quando o país crescia 8%. O Produto Interno Bruto (PIB) vai sofrer uma queda de 2%, a inflação mensal é 2% e o desemprego aumentou”, segundo ele.

 

Editor Stênio Ribeiro
Creative Commons - CC BY 3.0

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