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Ataque a campo de refugiados mata uma criança e fere 30 pessoas em Gaza
Criado em 04/08/14 08h48
e atualizado em 04/08/14 14h59
Por Da Agência Lusa
Edição:Denise Griesinger
Uma criança morreu e 30 pessoas ficaram feridas após o ataque a um campo de refugiados na Faixa de Gaza hoje (4), minutos após o início do cessar-fogo unilateral israelense, informaram fontes médicas. O ataque atingiu uma casa no campo de refugiados de Shati, matando uma menina de 8 anos, informou o porta-voz dos serviços de emergência palestinianos, Ashraf al-Qudra.
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Testemunhas disseram que foi um ataque aéreo de Israel, mas o Exército israelense não comentou imediatamente o incidente, informando apenas que investigaria o caso. No início do dia, o Exército israelense anunciou um cessar-fogo unilateral com duração de sete horas, começando às 8h.
O Hamas disse que aceitaria a manutenção do cessar-fogo, mas alertou os palestinianos para "terem precaução máxima" ao sair das suas habitações. O Exército israelense afirmou que o cessar-fogo teria efeito sobre todo o território palestiniano, exceto a Leste de Rafah, no sudoeste da Faixa de Gaza, perto da fronteira egípcia, onde os confrontos continuam e três soldados morreram na sexta-feira.
Segundo o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, esta é a oitava trégua israelense e acontece no momento em que Israel é alvo de indignação internacional, após um tiro de artilharia cair sobre uma escola das Nações Unidas em Rafah, no domingo (3), matando 10 pessoas.
É a terceira vez em 10 dias que uma escola das Nações Unidas é atingida. Nos últimos dois ataques, em Beit Hanoun e Jabaliya, no norte de Gaza, morreram cerca de 30 pessoas. O cessar-fogo coincide com o início de uma operação do Exército de Israel para a retirada de tropas terrestres. Não há informação sobre se a retirada será total e a região que ainda se encontra sobre ataques aéreos e de artilharia.
Todas as tréguas antecedentes foram quebradas, sendo que a última ocorreu no dia 1º de agosto, aceita por Israel e pelo Hamas, e que durou apenas duas horas. Segundo Sami Abou Zouhri, porta-voz do Hamas, o "cessar-fogo unilateral não é mais que uma tentativa de Israel de tirar atenção aos massacres que comete".
De acordo com fontes locais, morreram pelo menos 1.822 palestinianos desde o início do conflito em 8 de julho, enquanto do lado israelense morreram 64 soldados e três civil. Em um comunicado, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que ao contrário do que afirma o Hamas, o grupo têm lançado mísseis a alvo civis israelenses. O comunicado diz ainda que Israel não quer matar civis palestinos. "É um escândalo do ponto de vista moral e um ato criminoso", afirmou Ban Ki-Moon, o secretário-geral das Nações Unidas. Os EUA, principais aliados de Israel, mostraram-se "consternados" devido aos "bombardeamentos vergonhosos" de Israel.
Sem designar expressamente Israel como responsável, a ONU e Washington sublinharam que o Exército está bem informado quanto à localização de refugiados das Nações Unidas. Israel acusa o Hamas de se servir de civis como escudos humanos e de usar escolas e hospitais para lançar mísseis contra Israel.
Editor Denise Griesinger
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