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Ebola: Resultado sobre caso suspeito no Brasil sai em até 24 h, diz ministro
Criado em 10/10/14 11h34
e atualizado em 10/10/14 12h23
Por Líria Jade
Fonte:Portal EBC
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, concederam nesta sexta-feira (10), entrevista coletiva sobre o paciente classificado como suspeito de infecção por ebola. Resultado sobre caso suspeito no Brasil sai em até 24 h e a situação do paciente está sobre controle, disse o ministro.
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Com 47 anos, o paciente chegou ao Brasil no dia 19 de setembro, procedente da Guiné com escala em Marrocos, e deu entrada nessa quinta-feira (9) na Unidade de Pronto-Atendimento Brasília (UPA), em Cascavel (PR). O guineense foi levado para o Rio de Janeiro em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e encaminhado ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), referência em doenças infecciosas.
O ministro ressaltou a eficiência do trabalho de integração e garantia de segurança adequada no procedimento de transferência. “Todos os procedimentos necessários foram tomados. O trabalho foi muito bem integrado com a Secretaria de Saúde do Paraná, apoio da Força Aérea e da Secretaria de Saúde do Rio.”, disse Chioro. "Se nós tivermos o resultado do exame antes, imediatamente o tornaremos público. Pelo protocolo, é necessário confirmá-lo em dois laboratórios. Mesmo se esse resultado der negativo, será colhida em 48 horas uma segunda amostra para análise e posterior informação do resultado", complementou.
Também foi feito o teste para malária, que deu negativo. Então, foi feito o exame para identificar o ebola. A análise das amostras de sangue colhidas do paciente foram levadas ao Pará, onde fica o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, responsável por apontar o diagnóstico sobre o caso. “Fizemos a comunicação à OMS e tudo foi feito dentro dos prazos previstos no protocolo internacional”, completa.
O ministério acrescenta que o paciente relatou que nos dias 8 e 9 teve febre. Até o início da noite de ontem, estava subfebril e não apresentava hemorragia, vômitos ou quaisquer outros sintomas. Por estar no vigésimo primeiro dia, limite máximo para o período de incubação da doença, foi considerado caso suspeito, seguindo os protocolos internacionais. “Ele foi mantido imediatamente em isolamento total e esse quadro sem a manifestação de outros sintomas permaneceu até a transferência para o Rio de Janeiro”, explicou o ministro.
O Ministério detalhou as ações desenvolvidas desde o momento em que o paciente deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento:
17h45 - Ministério da Saúde foi notificado (Centro de Informações Estratégicas de Vigilância de Saúde - CIEVS Nacional)
18h - O centro de Operações de Emergência em Saúde (COES) foi acionado pela Secretaria de Saúde do Paraná
19h20 - Acionamento da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para transporte aéreo do paciente pela equipe do COES
22h35 - Equipe de investigação do MS foi descolada para Cascavel
0h40 - Chegada da equipe em Cascavel, avaliação da situação clínica e epidemiológica do caso suspeito e início da investigação de contactantes
1h11 - Comunicação à OMS de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional (RSI)
4h30 - Transporte do caso suspeito para o Rio de Janeiro
7h41 - Chegada do caso suspeito no Instituto de Infectologia Evandro Chagas/Fiocruz
Contato com o paciente
Sobre as pessoas que tiveram contato com o paciente, o Ministério da Saúde identificou 64 pessoas que tiveram contato com o paciente após a manifestação dos sintomas. De acordo com a pasta, em 60 casos o contato ocorreu na UPA, e três pessoas são profissionais que lidaram com o africano. Outros dois casais dividiam a mesma casa com o suspeito de contaminação. “A partir do momento em que foi comunicada a suspeita, eles fizeram o isolamento dessas pessoas”, disse. No entanto, todos os contactantes foram considerados de baixo risco que serão monitorados durante 21 dias, até que se confirme ou descarte o caso.
De acordo com a pasta, o contágio não ocorre durante o período de incubação. O vírus só é transmitido por meio do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de doentes, ou pelo contato com superfícies e objetos contaminados. "Pessoas que viajaram com esse caso suspeito ou que entraram em contato com ele no período que antecede o dia 8, quando os sintomas surgiram, não correm risco de manifestar a doença."
Quanto à prevenção em aeroportos, o ministro disse que “todas as medidas são as medidas de investigação da origem dos viajantes para identificação de possíveis casos suspeitos”.
O secretário Jarbas Barbosa ressaltou que o paciente não apresentou febre após a internação e nenhuma das pessoas que entrou em contato com o paciente apresenta grandes riscos e que serão monitorados durante os 21 dias, período correspondente à incubação do vírus.
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