Ferguson: júri decide não processar policial e provoca indignação nos EUA

Criado em 25/11/14 11h48
Por Agência Lusa

Manifestantes protestam na Califórnia contra ausência de indiciamento de policial (Amir Aziz/Creative Commons)

A decisão de um júri de não imputar acusações ao policial que matou um jovem negro em Ferguson, no estado norte-americano do Missouri, desencadeou uma onda de indignação nos Estados Unidos, levando o Presidente Barack Obama a apelar à calma e à contenção, enquanto a polícia ativou protocolos especiais por receio de tumultos mais intensos.

Confira mais notícias no Portal EBC

Pouco depois de o procurador do condado de St. Louis, Robert McCulloch, ter anunciado o veredito do júri, foram registrados os primeiros protestos na avenida West Florissant, em Ferguson, epicentro da onda de manifestações desencadeada pela morte do jovem negro Michael Brown, de 18 anos no dia 9 de agosto, pelas mãos do agente Darren Wilson.

“Nos próximos dias, (os agentes) terão de trabalhar com a comunidade, não contra ela, e distinguir o reduzido núcleo de pessoas que poderão usar a decisão do grande júri como desculpa para a violência”, afirmou Obama, numa breve declaração.

A polícia recorreu ao gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes que atiraram pedras e garrafas. Autoridades relataram também a ocorrência de confrontos, roubos e atos de vandalismo, incluindo vidros quebrados e viaturas incendiadas.

A zona de Ferguson está sob alerta máximo, com o FBI e a Guarda Nacional preparados para intervir no caso de os protestos convocados para esta noite se tornarem tão violentos como os que sucederam a morte de Brown em agosto. O governador do estado do Missouri, Jay Nixon, decretou estado de emergência.

De Seattle a Nova Iorque, passando por Chicago e Los Angeles, milhares de norte-americanos saíram às ruas na noite de segunda-feira (24). Na capital, Washington, mais de 300 pessoas pediram justiça em frente à Casa Branca. 

O grande júri considerou que não existem fundamentos suficientes para processar o policial. “Não há dúvida de que o agente Wilson causou a morte” de Michael Brown, declarou o procurador, falando de uma “morte trágica”.

O painel formado por 12 jurados, incluindo três afroamericanos ouviu mais de 60 testemunhas por 70 horas, examinou centenas de fotografias e outros elementos incriminatórios e escutou três médicos legistas.

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.