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Consulesa francesa no Rio clama contra incitamento ao ódio social

Criado em 29/01/15 19h21 e atualizado em 29/01/15 19h58
Por Alana Gandra Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil

O Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) fez hoje (29), no Rio de Janeiro, o debate Charlie Hebdo - Terrorismo e Liberdade, para discutir causas e razões do atentado, em Paris, ao semanário francês, por fundamentalistas islâmicos, que acabaram na morte de 12 pessoas no último dia 7. Ao participar do encontro, a consulesa da França no Brasil, Alexandra Baldeh Loras, disse que o debate sobre o tema deve ser o mais amplo possível, com participação de todos os segmentos da sociedade, com o objetivo de evitar o incitamento ao ódio social.

Consulesa da França no Brasil, Alexandra Baldeh Loras
Creative Commons - CC BY 3.0 - Consulesa da França no Brasil, Alexandra Baldeh Loras

Wikimedia Commons

Em sua avaliação, os franceses repetem hoje o que fizeram com os judeus na 2ª Guerra Mundial, “quando excluímos uma parte da população e mandamos para os campos de extermínio. Isso também é um tabu para a França”. O país tem que assumir o seu passado de 400 anos de escravidão e 300 anos de colonização, “que são a riqueza da França hoje”. Ela lembrou que esses povos lutaram para que a França se tornasse um país livre e, depois, árabes e africanos ajudaram a reconstruir a França, “e hoje não queremos ver a figura da França multicultural, multirracial, que é uma coisa maravilhosa” - lamentou.

Descendente de judeus e de muçulmanos, ela defende que se coloque nos livros escolares do ensino nacional as grandes figuras de negros, árabes e judeus que ajudaram a história da França, para mostrar que "todas as etnias trouxeram coisas boas para este mundo". Argumentou que em um mundo onde, no máximo, 30% são brancos, já não dá mais para escutar bobagens, como as que relatam que as coisas maravilhosas foram feitas somente por brancos.

Mesmo que perca a posição de consulesa, ela garante que não ficará quieta, e promete ser porta-voz das minorias, mas que não quer fazer política, somente compartilhar sua experiência como francesa, como descendente de minorias, de imigrantes, “mas também francesa”. Sustentou que ainda existe apartheid social e racial na França. “É muito difícil você se desenvolver como ser humano quando vê só escravidão, colonização e, pelas mídias, só violência, apontando que você é violento, indesejável na França”, comentou.

Alexandra acrescentou que a Justiça praticada na França não é a mesma para quem comete corrupção - para branco, negro ou descendente de imigrantes. Esse conjunto de fatores acaba contribuindo para levar os jovens para o terrorismo contra os próprios franceses - sentenciou.

 

Creative Commons - CC BY 3.0

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