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Mulher do prefeito de Caracas pede ajuda do Brasil contra prisão do marido

Criado em 06/05/15 19h01 e atualizado em 06/05/15 19h25
Por Mariana Jungmann Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil

A esposa do prefeito de Caracas, capital da Venezuela, Mitzy Capriles Ledezma, esteve hoje (6) no Senado brasileiro, onde pediu ajuda aos senadores da oposição pela liberdade do marido, Antônio Ledezma, que está preso. Acompanhada da filha, também chamada Mitzy, a esposa de Ledezma foi recebida pelo senador José Serra (PSDB-SP) e disse ter esperança que a presidenta Dilma Rousseff atue junto ao governo venezuelano para a libertação do que ela chama de presos políticos.

“Esperamos muito do governo brasileiro, porque a presidente Dilma foi presa política, sofreu muito na ditadura [do Brasil] e sabe o que nós estamos passando”, disse Mitzy. Apesar da expectativa, ela disse que respeita a posição que o governo brasileiro tem tomado até o momento, no sentido de não se envolver nas questões internas de seu país. “Respeitamos profundamente. Diferente do que vem acontecendo em nosso país, não achamos que pensar diferente nos torne inimigos”, afirmou.

Segundo Mitzy, Ledezma não teve nenhuma explicação sobre sua prisão quando ela aconteceu, em janeiro deste ano. “Quando ele perguntou por que estava sendo preso, responderam que estava preso e ponto, sem esclarecimentos”, disse. Segundo ela, a liberdade de expressão vem sendo cassada na Venezuela, e exercer atividades de jornalismo “é um serviço de alta periculosidade”. Ele foi preso pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional, acusado de formar uma conspiração para derrubar o governo do presidente Nicolás Maduro.

Após receber a esposa de Antônio Ledezma, o senador José Serra cobrou que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), crie uma comissão de senadores para ir a Caracas conversar com os presos que alegam perseguição pelo governo e observar eventuais rupturas democráticas no país. A comissão já foi aprovada pelo plenário do Senado, mas falta “operacionalizar”, segundo o senador.

Serra lembrou que a Venezuela faz parte do Mercosul e que, portanto, deve observar o perfeito funcionamento da democracia, sob pena de sofrer sanções dos demais membros do bloco, do qual pode até ser expulsa. “O Paraguai destituiu um presidente dentro das regras institucionais, não teve um paraguaio preso, e o Brasil, junto com a Argentina, fez retaliações e suspendeu o Paraguai do Mercosul. Agora, isso [a prisão de opositores políticos ao governo de Nicolás Maduro] acontece na Venezuela, e ninguém faz nada”, alegou.

Ontem, quando cobrou a instalação da comissão de senadores no plenário do Senado, Serra foi contraditado pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que se posicionou contra a ida de uma comissão de brasileiros à Venezuela. “Doeu escutar o senador Serra falar do Leopoldo López e Ledezma como democratas. Participaram ativamente, sujaram as mãos em um golpe que sequestrou um presidente eleito. Então, vamos com calma, vamos ter uma postura de equilíbrio. Eu espero essa postura também da oposição, aqui no Senado brasileiro”, disse Lindbergh.

O senador disse que a diplomacia brasileira tem procurado uma saída negociada para o impasse na Venezuela, sem, contudo, ferir a autonomia do país vizinho. “O Itamaraty tem tido posições da busca do entendimento, de uma saída política negociada, de uma saída política legal. Nós temos que ter uma grande preocupação, no Brasil, de haver aqui, em um país da América Latina vizinho, uma guerra civil”. Apesar da posição do senador petista, o plenário aprovou um voto de censura ao governo da Venezuela pelos políticos presos.

Assim como Ledezma, Leopoldo López também é opositor ao governo de Nicolás Maduro, e foi preso em fevereiro, acusado de incitar a violência em manifestações contra o presidente. A Anistia Internacional condenou os episódios de violência contra os manifestantes contrários ao governo .A mulher de López, Lililan Tintori, também está no Brasil, e participará, junto com Mitzy Ledezma, de reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado amanhã (7), que vai debater a situação política na Venezuela. A Comissão de Direitos Humanos também debaterá o mesmo assunto com a presença do defensor do povo da Venezuela, Tarek William Saab.

 

Creative Commons - CC BY 3.0

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