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Alemão conta experiência de abrigar um refugiado sírio em casa
Criado em 11/09/15 17h23
e atualizado em 14/09/15 16h02
Por Leandro Melito
Edição:Edgard Matsuki - Portal EBC
Principal destino dos refugiados que buscam refúgio por terra na Europa, a Alemanha já recebeu 450 mil migrantes em 2015 e deve receber mais 800 mil pessoas até o final do ano. O número é quatro vezes maior que o registrado em 2014. Apenas nos primeiros oito dias de setembro, a Alemanha recebeu 37 mil pedidos de asilo.
Vindos principalmente da Síria, os refugiados têm encontrado a solidariedade de pessoas que se mobilizam para receber e hospedar os que estão chegando. É o caso do David Freches, que abrigou Khalil, sírio que deixou Kobani. A cidade é a mesma de onde partiu o garoto Ayslan Kurdi que foi encontrado morto em uma praia da Turquia e se tornou símbolo da crise dos refugiados.
Freches contou, em entrevista ao Portal EBC, que as autoridades alemães têm dificuldade em atender a todos refugiados e encaminhá-los para os abrigos. No centro de Berlim, cerca de 1.500 pessoas estão esperando encaminhamento para seus destinos. Devido à espera, muitos deles dormem próximo a um parque na região central da capital alemã.
Foi justamente nesse local que David e seus amigos encontraram Khalil. "Nos reunimos para conseguir alguma água, comida e roupas e depois que isso terminou avistamos um grupo de seis refugiados, que estavam acompanhados por um tradutor e um médico que trabalhava voluntariamente".
Após a longa viagem com seu irmão para chegar a Berlim, Khalil havia direcionado para um campo de refugiados a oeste de Berlim e seu irmão foi levado de ônibus para outro campo de refugiados. "Quando o encontramos, ele estava desesperado porque estava sendo separado do seu irmão. Ele tinha uma passagem de trem mas estava desesperado, não sabia o que fazer nem para onde ir. Foi quando deicidimos oferecer abrigo a ele".
David e seu amigo Fabian levaram Khalil ao mercado para comprar comida, emprestaram seu notebook e foram a um lugar com conexão a internet para que Khalil pudesse conversar com a família via Skype. No dia seguinte, decidiram levá-lo à Estação Central de Berlim e conversaram com o funcionário da estação que explicou em quais estações ele deveria descer e que trens ele poderia pegar como conexão.
Sobre o dia em que abrigou um refugiado, David acredita que foi um momento único: "Isso realmente me tocou emocionalmente e me fez pensar sobre a minha vida na Alemanha e a sorte de não ter que me deparar com problemas como a guerra e essa situação de ter de deixar sua casa, deixar amigos", conta.
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