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Guerrilheiros das Farc

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O que acontece após o cessar-fogo com o governo colombiano e Farc

Criado em 24/06/16 16h50 e atualizado em 24/06/16 20h04
Edição:Portal EBC*

 Após 52 anos e de contabilizar mais de 220 mil mortos, a guerra armada entre o governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) deve chegar ao seu fim após acordo assinado nesta quinta-feira (dia 23).

Os dois lados firmaram um cessar-fogo bilateral definitivo em cerimônia realizada em Havana, Cuba. O acordo prevê um cronograma para deposição de armas e garantias de segurança para os ex-combatentes das Farc.

A pacificação é mediada por Cuba, Venezuela e Noruega desde 23 de fevereiro de 2012. Apesar do cessar-fogo, o futuro do conflito ainda será alvo de uma consulta popular - por meio de referendo ou plebiscito. O acordo definitivo deverá contar com CINCO grandes desafios a serem cumpridos. As autoridades colombianas acreditam que o acordo definitivo de paz com as Farc poderá ser firmado no dia 20 de julho.  

Confira os 5 desafios acordados para a paz na Colômbia:

PRIMEIRO desafio será a criação de uma Comissão da Verdade para esclarecer o que, de fato, ocorreu com as vítimas do conflito armado: que atingiram tanto civis inocentes quanto combatentes rendidos. Essa comissão também terá que criar algum mecanismo de convivência pacífica entre os dois grupos. 

O SEGUNDO ponto do acordo trata sobre o desarmamento de minas, armadilhas improvisadas e recolhimento de munições. Pelo acordo assinado nesta quinta-feira, 22, mais de 7 mil guerrilheiros devem entregar as armas.

Como TERCEIRO desafio, os signatários deverão encontrar soluções para dar fim à produção e comercialização das drogas ilícitas e implementar um programa de saúde pública efetivo para dependentes.

QUARTO ponto do acordo visa a garantir a participação da plataforma política das Farc nos próximos pleitos eleitorais. Historicamente, as Farc sempre estiveram a parte do regime político do país.

QUINTO avanço será uma  mudança gadual na agricultura, que deverá dar mais atenção àprodução agrícola familiar, com priorização de pequenas propriedades de regiões afetadas pelo conflito e redistribuição de terras. 

As Farc ao longo do tempo

A origem das Farc remete a 1948 após a revolta de camponeses contra fazendeiros em busca da reforma agrária no país. Contudo, foi em 1964 que o movimento se estabeleceu como grupo organizado após se instalar no Departamento (Estado) de Tolima, proclamndo  a criação da República de Marquetalia. 

As forças armadas do exército colombiano e táticas de guerrilha da Farc deixaram rastros ativos da guerra pelo país. As zonas rurais estão repletas de minas e armadilhas e pode gerar ainda mais vítimas, mesmo durante o pós-guerra. 

Os momentos mais tensos do conflitos ocorreram nas decadas de 60, 70 e 80. Nesse período, o mundo se dividia política e economicamente pela Guerra Fria. Como era de inspiração marxista, as Farc sempre tiveram maior proximidade ideológica com o polo comunista da URSS, atual Rússia. 

Em 1985, líderes guerrilheriros tentaram participar das eleições com a União Patriótica (UP), mas foram assinados em série por proprietários de terras e por integrantes da AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), grupo paramilitar de extrema direita, que foram desmobilizados em 2005.

No fim dos anos 1990 e cAnsaomeço de 2000, a guerrilha tomou outros rumos e vários comandos começaram a fazer do tráfico de drogas e sequestros uma fonte de financiamento.

A partir de fevereiro de 2012, Cuba e Noruega patrocinaram as negociações de paz com vários encontros em Havana, Cuba. As negociações tiveram diferentes momentos de tensão e descumprimento de acordos parciais. Contudo, o acordo definitivo de cessar-fogo é considerado pela mídia internacional como um marco histórico para as relações conturbadas entre Farc e governo.

Em entrevista para a Telesur, o chefe negociador das Farc, Iván Márquez, reiterou a importância do acordo e alertou que, após o desarmamento, não ocorra guerrras sujas, mentiras, ameaças ou assassinatos contra direigentes populares ou defensores dos direitos humanos.

Já o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou que o acordo final ocorrerá no próprio país e que o cumprimento do cronograma de desarmamento "significa o fim das Farc como grupo armado". Na visão do governante, a tentativa de colocar fim ao conflito com as Farc já ocorre há, pelo menos, 30 anos. 

*com informações da AnsaAgência Brasil.

 

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