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Pessoas são encorajadas a deixarem carros e motos em casa todo dia 22 de setembro

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Dia Mundial Sem Carro: veja relatos de quem curte e de quem não gosta da ideia

Criado em 21/09/12 07h32 e atualizado em 22/09/12 12h49
Por Portal EBC

Carro na garagem e pé na estrada – ou no ônibus. Neste 22 de setembro, muita gente ao redor do mundo vai aderir à ideia e celebrar o Dia Mundial Sem Carro. A data chama a atenção para os problemas causados pelo uso intenso de automóveis, propondo aos cidadãos uma reflexão sobre os meios alternativos de deslocamento, sobretudo os sustentáveis, como a bicicleta. Como a data cai num sábado, muitas pessoas resolveram adiantar a comemoração e deixaram os carros em casa nesta sexta (21).

O Portal EBC vai aderir à proposta e também adiantar a comemoração! A repórter Nathália Mendes passará esta sexta se deslocando pelo Distrito Federal sem carro. Fácil a gente sabe que não será, mas a intenção é justamente mapear as principais dificuldades de mobilidade nas grandes cidades. Você quer participar também? Envie seu relato pra gente: conteudo@ebc.com.br ou use no Twitter a hashtag #DiaSemCarro. O que você acha da data? Conte aí!

Leia os relatos de quem já aderiu à prática e também de quem não concorda com a ideia:

Foto Daniel Nardin - leitor
Daniel Nardin, servidor do Senado, pedala 25km para voltar do trabalho (Arquivo Pessoal/Daniel Nardin)

Daniel Nardin trabalha no Senado Federal, em Brasília, e há um bom tempo vai trabalhar sem carro. Como? Anda 4km de bicicleta até chegar à estação do metrô e depois corre mais 3km de bike do metrô até o trabalho. Na volta, ele conta que vai direto: 25km de bicicleta. Mesmo não tendo ciclovia no DF, Daniel não se intimida, ele diz que vai pelo acostamento e as vias largas da capital ajudam. Leia o relato:

“Vendo umas postagens 'antigas' do Facebook, percebi que exatamente nesta terça (4/9) completam 10 meses desde a primeira vez em que deixei o carro na garagem e fui de bicicleta ao trabalho. Tá, não é uma data tão legal. Seria melhor esperar até completar um ano. Porém, nessa semana, dia 22 de Setembro, tem o Dia Mundial Sem Carro. Achei, então, pertinente fazer o registro.

E, claro, agradeço a Aline Cavalcante e à Jéssica Martinelli, que mesmo sem saber acabaram influenciando. Na época, via fotos delas em SP de bike e pensava: "Pô, se lá dá pra fazer isso, acho que rolava aqui também". Pois é, deu. Na boa, sem querer dar uma de 'ciclo-chato', mas já dando... experimente. Ao menos nessa semana.”

 

Dia Mundial Sem Carro - Elaine Fonseca
Elaine Fonseca diz que vai aderir ao Dia Mundial Sem Carro neste ano (Arquivo Pessoal/Elaine Fonseca)

Elaine Fonseca nunca aderiu a um Dia Mundial Sem Carro, mas, neste ano, a servidora pública manifestou o desejo. Veja o relato:

“Tenho viajado bastante e visto como o trânsito é caótico em qualquer lugar do mundo. Me dei conta que isso não vai melhorar. Muito ao contrário, se não fizermos nada, só vai piorar mais rápido. Por isso nesse ano estou disposta a fazer a minha parte e de repente também ajudar a conscientizar os mais próximos. Acho que a data é importante pra que as pessoas comecem a refletir com urgência em outros meios de locomoção, como a bicicleta. No Chile e em Buenos Aires percebi que muita gente usa bike. Isso porque há muita ciclovia. Sem a ajuda governamental na construção de ciclovias e linhas de metrô, por exemplo, fica muito complicado. Aqui no Brasil, no entanto, o governo parece não estar muito preocupado, só reduz o IPI. Em Brasília, a maior dificuldade vai ser mesmo porque a cidade é meio mal servida de ônibus. Mas é preciso abandonar um pouco nosso conforto e fazer nossa parte. Acho que todo mundo pode um dia no ano fazer isso. É um começo de conscientização.”


 

Dia Mundial Sem Carro - Maysa Sales
Maysa Sales não é a favor do Dia Mundial Sem Carro. Ela diz que a data não ajuda a pressionar o governo (Arquivo Pessoal/Maysa Sales)

Maysa Sales, estudante de Letras, diz que não vai aderir ao Dia Mundial Sem Carro. A universitária relata o porquê:

“Eu acho até que é uma boa mobilização, para que a sociedade reflita um pouco sobre o uso do carro, que muitas vezes é feito de forma desordenada, mas é complicado para algumas pessoas não utilizarem o veículo, tendo em vista que precisam se deslocar com rapidez de um lugar para outro. Eu não vou aderir porque já andei muito de ônibus e de metrô e isso me deixava extremamente cansada... ficava muito tempo esperando o coletivo e quando ele passava já vinha muito cheio. Tinha dias em que eu pegava seis ônibus por dia, porque tinha de ir para a faculdade, depois pro trabalho e, mais tarde, ainda retornar à faculdade. Eu gasto muito com gasolina, me privo de algumas coisas pra pagar o combustível, mas prefiro isso ao desgaste de ônibus. O que me mata não é utilizar o transporte público, mas ficar esperando ele passar, pois pode demorar até uma hora.”

 

Dia Mundial Sem Carro
Elayne Bione vai caminhando para o trabalho todos os dias (Rosilda Pereira)

Elayne Bione revela que vai para o trabalho caminhando todos os dias. Ela também reclama do transporte público de Recife. Leia o relato:

"'Recife é uma cidade que tem muito trânsito. A quantidade de carro aqui é enorme e muitas pessoas têm mais de dois carros na garagem. O transporte público é ruim, caro e as ruas e avenidas são construídas para o benefício dos que possuem automóveis. Há muitas pontes e viadutos sem necessidade.

Apesar disso tudo, a cidade é linda. O centro do Recife são ilhas banhadas pelo Rio Capiberibe (quase 150 km de Rio por todo o estado) e por lindos mangues. As pontes cantadas por Lenine são caminhos para as milhares de pessoas que transitam diariamente pelo centro, e que infelizmente, não param pra observar esta beleza.

Eu moro há dois anos no centro do Recife, numa área cheia de prédios e estacionamentos. Muito barulho, muita buzina. Não há faixa de pedestres respeitada nem ciclovias para os que preferem bicicleta, porém, alguns moradores já decidiram, na sua jornada diária, caminhar e/ou utilizar transporte coletivo.

Eu também trabalho no centro e consigo caminhar 10 minutos até o escritório. Acordo cedo, faço alongamento, tomo café da manhã, coloco uma música no fone do celular  e sigo caminhando. Acho que isso vale muito mais a pena do que ficar dentro do carro com ar-condicionado.

Duas soluções para o mobilidade social no Recife: O transporte fluvial e o metro. Muitos debates já estão ocorrendo aqui sobre isto. Vida longa ao ia Mundial Sem Carro!"

 

Dia Mundial Sem Carro - Bárbara
Blogueira Bárbara de Castro Dias discorda da maneira como é conduzida a campanha do Dia Mundial Sem Carro (Arquivo Pessoal/Bárbara de Castro Dias)

Do Rio de Janeiro, Bárbara de Castro Dias, professora e autora do blog http://eacritica.wordpress.com, enviou seu comentário sobre o Dia Mundial Sem Carro. Ela critica a postura comportamentalista que a data incita. Leia:

"Minha opinião em relação à campanha do “Dia mundial sem carro” é ela ser comportamentalista demais, pois percebo apenas a proposta de não se usar o carro, mas pouca reflexão sobre essa e sobre outras questões associadas. Não sou contra campanhas desta natureza, desde que elas sejam o início para reflexões que vão além de uma proposta de mudança de comportamento, como por exemplo, fomentar discussões sobre a questão da mobilidade urbana, promover o pensamento critico em relação ao incentivo ao consumo de carros e suas consequências futuras, questionar a opção pela matriz de transporte rodoviário em nosso país.

Além de comportamentalista, ou seja, isenta de uma reflexão mais profunda, o que a campanha do “Dia mundial sem carro” propõe é deixe o carro na garagem para locomover-se a pé, de bicicleta ou de transporte público (mesmo que seja apenas por um dia...). Será que para algumas pessoas as distâncias são viáveis de serem percorridas a pé ou de bicicleta? Será que as cidades estão preparadas para absorverem tantas pessoas em seus ônibus, trens e metros?  No Rio de Janeiro, a cidade que eu moro, essas questões são muito mais importantes de serem pensadas, do que apenas não usar o carro, pois o transporte público é em geral, de qualidade ruim, em alguns bairros mais afastados não possuem intervalos de circulação regulares, além de serem caros.

Acredito que no dia mundial sem carro muitas pessoas cheias de boa intenção irão deixar o carro na garagem sem realizar minimamente essa reflexão. Será que a objetividade dessa campanha é positiva, quando o que se está em jogo são questões muito mais profundas do que simplesmente a promoção de um comportamento?

Amanhã no dia mundial sem carro, se você acredita que vale a pena não usar o carro, deixe o carro na garagem, mas não deixe pensar além neste e nos demais dias do ano."

Cícera diz que apesar do serviço de transporte público para pessoas com deficiência ser excelente no metrô, ainda existem algumas dificuldades, como a altura dos botões nos elevadores, que são altos para quem está de cadeira de rodas. Veja o vídeo:

Creative Commons - CC BY 3.0 -


Neilton, morador do bairro Estrutural, em Brasília, fala da importância de usar sempre a passarela que fica sobre as rodovias para evitar acidentes no trânsito. Veja o vídeo:

Creative Commons - CC BY 3.0 -


A moradora da cidade-satélite, Recanto das Emas, em Brasília, Hilda, diz que todo dia fica mais de 2 horas dentro do ônibus para ir ao trabalho, mas mesmo assim, chega atrasada por causa de problemas no trânsito. Veja o vídeo:

Creative Commons - CC BY 3.0 -


Dona Irene de Paula Freitas, moradora de Brasília, diz que percorre toda a cidade de ônibus e afirma que é possível sobreviver sem carro em uma grande cidade. Veja o vídeo:

Creative Commons - CC BY 3.0 -


Para Tibério Morais, moradror do Distrito Federal, modificar o horário das pessoas entrarem nos seus empregos, poderia ser uma forma de diminuir os horários de pico nas grandes cidades. Veja o vídeo:

Creative Commons - CC BY 3.0 -

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Creative Commons - CC BY 3.0

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