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Acompanhe os destaques do 1º dia do Fórum Mundial da Água

Criado em 19/03/18 08h10 e atualizado em 20/03/18 00h11
Por Agência Brasil, Rádios EBC e TV Brasil Edição:Líria Jade e Ana Elisa Santana Fonte:Portal EBC

O primeiro dia de atividades do 8º Fórum Mundial da Água promoveu, nesta segunda-feira (19/3), uma série de debates sobre assuntos importantes relativos à água. 

Cerca de 50 juízes e promotores de vários países participaram de uma conferência, sob a coordenação do Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Herman Benjamin. A conferência é a primeira de uma série e tem o objetivo de definir a Declaração de Juízes e Promotores pela Água.

Sete Painéis de Alto Nível debateram, ainda, “Água e Desastres Naturais”, coordenado pelas Nações Unidas por meio do painel de especialistas em Água e Desastres; “Água e Migrações” que discutiu desde o desafio da saúde pública e garantia de direitos humanos básicos até a água e saneamento ligados aos fenômenos migratórios. “Conectando Água e Clima”, coordenado pelo Conselho Mundial da Água, tratou da inter-relação entre água e clima.

Além dessas temáticas, os outros Painéis de Alto Nível abordaram água e paz; o posicionamento do setor empresarial em relação ao uso sustentável da água; a necessidade de aliar ciência e política para a boa governança da água, e a gestão da água em áreas de conflitos e crises políticas.

O evento, que começou domingo (18), em Brasília, deve reunir cerca de 45 mil pessoas interessadas no tema da água. Desse total, 10 mil são especialistas vindos de mais de 100 países que debaterão diferentes teses sobre a questão da água, em vários painéis ao longo da semana. O fórum é o maior evento relacionado ao tema e tem a chancela do Conselho Mundial da Água (CMA), organismo internacional responsável pelo acompanhamento da questão em todo o mundo há mais de 30 anos. Esta é a primeira vez que o fórum ocorre em um país do Hemisfério Sul, desde sua estreia em 1997, na cidade de Marrakesh, no Marrocos.

Veja todas as fotos do primeiro dia do Fórum na Agência Brasil: clique aqui.

Abertura

A cerimônia oficial que deu início às mesas de debate do 8º Fórum Mundial da Água teve a presença do presidente Michel Temer. A programação do fórum começou ainda no sábado (17), com a abertura da Vila Cidadã, onde são realizadas atividades culturais. A Unesco apresentou um documento com as soluções para os desafios da gestão dos recursos hídricos do mundo.

Temer recebeu os chefes de delegações estrangeiras que participaram da sessão de abertura do 8º Fórum Mundial da Água. Também estavam presentes o ministro dos Negócios Estrangeiros da República do Senegal, Sidiki Kamba; o ex-presidente da Eslovênia, Danilo Turk; a diretora geral da Unesco, Audrey Azoulay; o vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Mangue; o primeiro ministro do Principado de Mônaco, Serge Telle; o primeiro-ministro de Marrocos, Saad Dine El Otomani; o primeiro ministro da Coreia do Sul, Nak-Yon Lee; e o príncipe herdeiro do Japão, Naruhito.

Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial da Água (CMA), defendeu o compartilhamento de bacias hidrográficas entre os países e o investimento "em massa" de recursos para garantir a segurança hídrica de todos os países. Ao discursar na abertura oficial do Fórum, Braga afirmou que os governos deveriam colocar a água como "cerne' dos eventos que promoverem.

O presidente honorário do Conselho Mundial da Água, Loïc Fauchon, destacou a necessidade de proteção dos recursos hídricos e a importância de implantar os objetivos do fórum. “Nossos recursos naturais não estão protegidos e a água é um dos recursos escassos em quantidade e em qualidade”, disse. “E nós queremos oferecer segurança hídrica para o mundo, estabelecer um equilíbrio para termos água hoje e no futuro”.

Ex-Presidente da República da Eslovênia, Danilo Türk, chega ao MRE
Creative Commons - CC BY 3.0 - Ex-Presidente da República da Eslovênia, Danilo Türk, chega ao MRE. Foto: Marcos Corrêa/PR

O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, também participou da abertura do evento e destacou falta de investimentos e o crescimento populacional como motivos que levaram ao racionamento de água em Brasília. Rollemberg aproveitou para dizer que o Fórum é um momento para compartilhar saberes, culturas, opiniões e ideias para se alcançar o desenvolvimento sustentável.

 

Relatório da ONU

Relatório da ONU traz soluções para lidar com escassez de água: 

Creative Commons - CC BY 3.0 -A ONU e entidades parceiras apontam, neste documento, iniciativas para controlar e lidar com a escassez de água

A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, reiterou o compromisso da ONU em trabalhar com os pequenos países em desenvolvimento para proteger seus lençóis freáticos. Ela lembrou que 90% da população mundial depende de recursos hídricos transfronteiriços. “Trabalharemos para que a gestão sustentável da água e a paz sejam sustentadas”, disse a diretora, referindo-se ao risco de haver conflitos no mundo em decorrência da escassez de água. “Precisamos assegurar melhoria da qualidade da água e mitigar também problemas como os de enchentes. Devemos trabalhar com a natureza, e não contra a natureza”, acrescentou.

Marco Regulatório do saneamento 

Temer diz que governo vai modernizar marco regulatório do saneamento:

Creative Commons - CC BY 3.0 - O presidente Temer destacou que o Executivo está fechando um projeto de lei para alterar o marco regulatório do saneamento

Judiciário no Fórum 

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, disse hoje (19), durante o 8º Fórum Mundial da Água, que o Judiciário tem o dever de transformar o quadro de ameaça ao meio ambiente no Brasil. “Aqui, como em todo o mundo, cabe a nós do Poder Judiciário, acionados, porque não agimos de ofício, fazer com que se mude integralmente esse quadro [de agressão], para que o meio ambiente adequado seja garantido”, disse, ao participar nesta manhã de um seminário na Conferência de Juízes e Promotores. “Na parte ambiental estamos muito a dever, porque fizemos muito mal à natureza por causa de dinheiros”, acrescentou.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou ser necessário garantir mais Justiça para defensores de direitos humanos e para aqueles que são vítimas da má distribuição e gestão indeficiente dos recursos hídricos. Dodge, que falou na abertura da Conferência de Juízes e Promotores do Fórum, citou a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Pedro Gomes, assassinados na semana passada no Rio de Janeiro. Ela lembrou, ainda, que é preciso de justiça para quem trabalha pelos direitos humanos.

Soluções dos países

O presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos de Almeida Fonseca, destacou o sucesso de seu país em dissociar os problemas de fome e de acesso à água. Fonseca relatou que, em seu país, os problemas ambientais estavam relacionados ao desmatamento e à estiagem, o que o levou a buscar “soluções alternativas”. Segundo o presidente de Cabo Verde, entre essas soluções estava a criação de instituições “cada vez mais aptas a responder em tempo as oportunidades e os desafios que surgiam”.

Exemplo do Fórum

Cerca de 90% do lixo produzido no Fórum será reaproveitado. Evento deve gerar cerca de 40 toneladas de resíduos.

Creative Commons - CC BY 3.0 - Durante os sete dias de evento, serão produzidas, aproximadamente, 40 toneladas de resíduos

Público participativo

Em apenas dois dias de Fórum Mundial da Água, Brasília já superou a expectativa de público prevista pela organização do evento. O diretor da Área de Gestão da Agência Nacional de Águas (ANA) e Coordenador do Fórum, Ricardo Andrade, afirmou em entrevista à Revista Brasil que a participação do público já conta com mais de 10 mil inscritos para os debates e mais de 25 mil participantes. "A nossa expectativa era de que teriamos cerca de 40 mil pessoas durante todo evento, 30 mil visitando a Vila Cidadã e 10 mil inscritos para o Fórum", disse.

A participação popular pode ser fator decisivo na redução de conflitos pela água, segundo Cláudio Di Mauro, professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Di Mauro, que por seis anos presidiu o Comitê de Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí e, hoje, é membro efetivo do comitê do Rio Paranaíba, conversou com a Agência Brasil e, baseado em sua experiência, afirma que maior representação cidadã ajudaria a tornar mais democrática e eficaz a gestão das águas. Leia a entrevista completa na Agência Brasil.

Atividades interativas

Os visitantes da Vila Cidadã do Fórum podem ter, no espaço Green Nation, experiências como conhecer o laboratório dos cientistas brasileiros que trabalham na Antártida. O programa Repórter DF, da Tv Brasil, apresenta todas as possibilidades de atividades interativas e sensoriais que o espaço oferece. Clique para assistir.

Projeto dos Povos para a Água

O Fórum Alternativo Mundial da Água (Fama), que também ocorre em Brasília, teve hoje debates, oficinas e relatos de experiências de diversos representantes de aproximadamente 170 países. Lideranças indígenas, de movimentos sociais e culturais participaram de sessões plenárias para a elaboração do Projeto dos Povos para a Água e documentos que serão apresentados ao final do fórum, no dia 22.

O Fama já foi realizado na Coreia do Sul e na França, sempre como um evento de contraposição ao Fórum Mundial da Água.

Assista à cobertura do Repórter Brasil sobre o primeiro dia de Fórum:

 

 

Creative Commons - CC BY 3.0

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