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Deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA) está sendo investigado por envolvimento com o doleiro Alberto Yousseff - preso na operação Lava Jato da Polícia Federal

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Em depoimento antecipado, Argôlo se diz vítima de vazamento seletivo de mensagem

Criado em 02/09/14 13h55 e atualizado em 02/09/14 14h11
Por Carolina Gonçalves Edição:Talita Cavalcante Fonte:Agência Brasil

O deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA) surpreendeu parlamentares hoje (3) ao comparecer ao Conselho de Ética da Câmara. Ele antecipou em um dia o depoimento marcado para ouvi-lo no processo que apura quebra de decoro parlamentar em função de relações com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Argôlo garantiu que não tem qualquer sociedade com o doleiro e explicou que a troca de mensagens, interceptada pela PF, tratava unicamente de um negócio privado de família.

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Segundo Argôlo, as transferências bancárias e sua presença em um dos escritórios de Yousseff em São Paulo, para buscar dinheiro, foram resultado de parte do pagamento devido pelo doleiro, na compra de um terreno do irmão de Argôlo, intermediada pelo parlamentar.

“Eu conheci [Yousseff] como empresário e investidor no Brasil, mas especialmente na Bahia. Ele tem propriedade de grande hotel em Salvador, em Porto Seguro, e de terrenos em Lauro de Freitas. E quando algum empresário declara interesse em investir no estado, eu sou um motivador, não só dele, mas de qualquer empresário”, explicou.

O parlamentar – investigado por quebra de decoro parlamentar em função das denúncias de envolvimento com o doleiro, inclusive em negócios ilícitos – disse que os trechos divulgados por jornais e revistas foram propositalmente “selecionados”. “O que ocorreu foi vazamento seletivo. Selecionaram as mensagens que eram de interesse”, destacou, ao mencionar os textos sobre uma viagem do empresário a Brasília, que tratam da hospedagem de Yousseff no apartamento funcional do deputado.

Argôlo afirmou que nunca houve intenção de atrapalhar as investigações, mas que esperava o momento correto para comparecer ao conselho. O deputado explicou que a venda do terreno foi decidida pelo irmão Manuelito Argôlo Júnior, que enfrentava dificuldades financeiras antes de perder as eleições para a prefeitura de Entre Rios e do processo de separação conjugal. “Por uma questão muito familiar e pessoal que não gostaria de deixá-lo exposto”, explicou ao se referir ao irmão.

Segundo o deputado, a venda foi fechada após as eleições de 2012, no valor total de R$ 375 mil, mas que apenas de R$ 180 mil a R$ 200 mil foram pagos. Argôlo explicou que todos os pagamentos e cobranças que aparecem nas mensagens trocadas com o doleiro se referem a essa negociação e que o doleiro estava com dificuldades de repassar o valor integral justificando mudanças cartoriais e de documentos em seus empresas.

Em uma das mensagens, o deputado pede o repasse de parte do valor para a empresa Bombain. Segundo o parlamentar, trata-se da empresa de gado de um amigo que mantinha negócios com o irmão. A transferência foi feita para quitar uma venda que não foi paga porque o dinheiro do terreno ainda não havia sido totalmente repassado. “Ele falou que não faria o depósito em conta porque estava com dificuldade contratual por causa da transferência da empresa. Insisti porque não era uma coisa minha, mas da minha família. Ele dizia 'me passe a conta de terceiros que precisa ser paga e depois faço os depósitos'”, explicou.

Para antecipar para hoje a manifestação de Argôlo, a defesa dispensou o depoimento de Meire Bonfim da Silva Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, que, no último dia 13, confirmou a relação de amizade entre Yousseff e Argôlo e a sociedade mantida pelos dois na empresa Malga Engenharia.

“Nunca fui sócio dele”, afirmou o deputado no depoimento desta terça-feira, ao citar a Malga Engenharia. Sobre o apelido “Bebê Johnson”, usado por Alberto Youssef para falar de Argôlo, segundo relato de Meire Poza, o parlamentar ressaltou que não tinha qualquer relação com a contadora. Meire trabalhou quase quatro anos para o doleiro, entre 2010 e 2014, prestando serviços contábeis e de assessoria às empresas de Youssef.

A defesa ainda apresentou extratos bancários de Vanilton Bezerra para provar que não havia depósitos no valor de R$ 120 mil para a conta do chefe de gabinete do parlamentar, como foi divulgado em denúncias divulgadas pela revista Veja e pelo jornal Folha de S.Paulo que revelaram a troca de mensagens entre Argôlo e Youssef.

Editora: Talita Cavalcante

Creative Commons - CC BY 3.0

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