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CPI da Petrobras ouve Renato Duque

Criado em 19/03/15 10h34 e atualizado em 19/03/15 10h41
Por Agência Câmara de Notícias

Começou há pouco a sessão da CPI da Petrobras convocada para ouvir o depoimento do ex-diretor da estatal Renato Duque. O depoente já está no plenário 2.

O ex-diretor da Petrobras é mencionado como destinatário do pagamento de propinas por pelo menos cinco delatores da Operação Lava Jato: o ex-gerente de Tecnologia da estatal Pedro Barusco, o ex-diretor Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e os empresários Júlio Camargo e Augusto Mendonça Neto. Ele nega as acusações.

Em liberdade desde dezembro do ano passado, Duque foi detido novamente a pedido do Ministério Público, que o acusa de ter movimentado recursos no exterior mesmo depois de deflagrada a Operação Lava Jato.

Divisão da propina
Barusco, em depoimento à CPI, disse que começou a dividir propinas com Renato Duque em 2007, quando a Petrobras fez um contrato com a empresa holandesa SBM para o fornecimento de um navio-plataforma chamado P57, no valor de R$ 1,25 bilhão. Barusco era então gerente-executivo de Engenharia e recebeu 1% do total entre 2007 e 2010. Segundo ele, a propina paga pelas empresas contratadas pela Petrobras era dividida da seguinte maneira: metade ia para ele e Renato Duque e a outra metade ia para João Vaccari Neto, tesoureiro do PT.

Barusco também disse que parte da propina foi usada nas eleições de 2010, quando Renato Duque (então diretor de Serviços da Petrobras, ao qual Barusco era subordinado) pediu ao empresário Júlio Faerman, representante da SBM, US$ 300 mil como “reforço” de campanha eleitoral, “provavelmente” a pedido de João Vaccari Neto, quantia que teria sido “contabilizada” por ele como “pagamento destinado ao PT”. Vaccari também nega as acusações.

O ex-gerente da Petrobras admitiu à CPI ter recebido cerca de US$ 70 milhões em propinas de empresas contratadas pela estatal e deu a entender que Duque recebeu o mesmo. Nos depoimentos que prestou à Justiça Federal no processo de delação premiada, ele afirmou que, além da SBM, as propinas eram pagas por outras empresas, como a Bueno e a Galvão Engenharia (pela construção do gasoduto Gasene, entre o Espírito Santo e a Bahia), Camargo Correa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Engevix, Iesa, Mendes Júnior, MPE, Setal, Skanska e UTC. Também teriam pago propinas os estaleiros Rio Grande (da Engevix), Jurong, Kepel Fels e o Enseada do Paraguaçu (do consórcio Odebrecht, OAS, UTC e Kawasaki).

Contas no exterior
Ainda de acordo com os depoimentos de Barusco à Justiça, ele e Duque abriram contas no exterior para receber os pagamentos, junto com outros dois acusados, Júlio Gerin de Almeida Camargo e João Carlos de Medeiros Ferraz . Os quatro teriam ido a Milão, na Itália, em outubro de 2011, onde se encontraram com o presidente do Banco Cramer, da Suiça, para tratar de abertura de contas, todas em nome de off-shores.

Nas planilhas de distribuição de propinas de um dos estaleiros contratados pela Petrobras, o Jurong,cada um dos beneficiários era identificado com uma sigla: MW (My Way) era Renato Duque; Mars (marshal) era João Ferraz, Sab (Sabrina, uma ex-namorada) era Barusco, e MZB (Muzamba) era Eduardo Musa. Barusco ainda detalhou os nomes das contas que ele e Duque mantinham no exterior: RHEA Comercial, Pexo Corporation, Canyon View Assets, Dqydream e Backspins, Doletech.

Outras acusações
Mas Barusco não foi o único a acusar Duque. O empresário Augusto Mendonça Neto, sócio da empresa Toyo Setal, disse, em depoimento na Justiça Federal, que pagou propina a Paulo Roberto Costa e Renato Duque. Disse Mendonça Neto: “eu fui procurado e discuti essas questões com o próprio Duque e com Pedro Barusco, que era gerente de Engenharia da Petrobras na época. Eles me pediram, no caso do Paulo Roberto, 1%, e no caso do Renato Duque, 2%, sobre o valor do contrato".

Outro delator da Operação Lava Jato, o executivo Julio Camargo, também disse ter pago propina a Duque. Ele admitiu que repassou propinas para duas diretorias da Petrobras: Abastecimento, então sob comando de Paulo Roberto Costa, e Engenharia e Serviços, na ocasião dirigida por Renato Duque. Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, também afirmou, em depoimento à Justiça Federal, que Duque recebia propinas de empresas contratadas pela estatal.

Creative Commons - CC BY 3.0

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