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Aspecto de uma cela/sala de interrogatório do antigo Doi-Codi no segundo andar do prédio que fica ao fundo do terreno onde hoje funciona o 36º DP, no bairro do Paraíso, em São Paulo

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Entidades querem transformar prédio DOI-Codi em memorial das vítimas da ditadura

Criado em 23/05/15 17h21 e atualizado em 23/05/15 19h51
Por Marli Moreira Edição:Beto Coura Fonte:Agência Brasil

Os nomes de algumas pessoas desaparecidas ou mortas pelo regime militar, logo após o golpe de 1964 que depôs o presidente João Goulart, foram lidos hoje (23), no pátio da 36ª Delegacia da Polícia Civil de São Paulo, na rua Tutóia, 921, no bairro do Paraíso. Foi uma tentativa teatralizada de ouvir do outro lado das paredes a resposta de um ente querido e quem sabe salvá-lo da tortura. Mas nenhum ruído foi ouvido. O silêncio foi quebrado, minutos depois, por uma salva de palmas da plateia, na apresentação dos atores da Cia de Artes do Baque Bolado.

O grupo artístico foi um dos vários a se apresentar no II Ato Unificado Ditadura Nunca Mais, com o objetivo de reivindicar do governo paulista a substituição da delegacia por um espaço destinado à preservação da memória das vítimas da ditadura militar. O prédio foi sede do antigo Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). Hoje é um imóvel tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico.

Um dos organizadores do ato, o ex-preso político José Luiz Del Roio defende a transformação do local em um espaço para peças teatrais, músicas e outras formas de manifestação cultural. “A melhor forma de combater o fascismo é a cultura”, resume ele. Segundo Roio, não há dados precisos, mas acredita-se que no prédio morreram entre 60 e 80 pessoas.

A manifestação foi organizada por entidades de direitos humanos e movimentos sociais e teve a presença de ex-presos políticos e familiares das vítimas da ditadura militar. Entre eles, Ary Normanha que, ao ser detido por duas vezes em 1969, era um estudante secundarista de 20 anos filiado à Aliança Libertadora Nacional.

Na plateia estavam familiares de alguns dos desaparecidos ou mortos, que seguravam os retratos das vítimas entre os quais estava o de Henrique Ernesto Ruggia e Pedro Alexandrino de Oliveira Filho. Ao final do encontro, os participantes foram orientados a colocar em caixas de correio das residências vizinhas a cópia da carta aberta ao governador Geraldo Alkcmin para que as pessoas no entorno tomem conhecimento da campanha.

Na carta, as entidades argumentam que no item 28 do relatório das conclusões e recomendações da Comissão Nacional da Verdade, consta a intenção de “preservar, restaurar e promover o tombamento ou criação de marcas de memória em imóveis urbanos ou rurais onde ocorreram graves violações de direitos humanos”. No documento, as entidades explicam que o que se busca é “honrar nossa democracia e os mártires que morreram lutando por ela”.

Creative Commons - CC BY 3.0

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