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Coordenadora do Unicef diz que manutenção da maioridade é um ganho da democracia

Criado em 01/07/15 14h29
Por Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil Edição:Marcos Chagas Fonte:Agência Brasil

Plenário da Câmara rejeita PEC que reduz maioridade penal para crimes hediondos (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Derrubada a redução da maioridade penal na Câmara, coordenadora do Unicef avalia que foi aberto caminho para atualização do ECAFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A rejeição pelo plenário da Câmara dos Deputados da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduzia a maioridade penal de 18 anos para 16 anos mostra que entre os parlamentares prevaleceu o bom senso. A avaliação é da coordenadora da Área de Proteção dos Direitos da Criança e do Adolescente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Casimira Benge. Para ela, a discussão sobre o tema serviu para apontar desafios e avaliar propostas que aprimorem a legislação vigente e respondam aos anseios da população.

“Ganhou a democracia brasileira e foi um processo muito rico que nos permitiu fazer uma avaliação com fundamento sobre o sistema de justiça juvenil, identificando fragilidades, e que nos permitiu elaborar algumas propostas”, disse Casimira Benge.

A coordenadora do Unicef disse que entende a postura dos deputados que apoiam a redução da marioridade penal. Segundo ela, a preocupação desses parlamentares, como de parte da população, baseia-se no contexto de violência que existe no país. “Entendemos que o ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente] tem algumas fragilidades e precisa ser ajustado. Esse processo teve o valor de trazer a luz todos esses desafios e também propostas”.

O presidente da Câmara dos Deputados,Eduardo Cunha fala com a imprensa sobre a votação da redução da maior idade penal,e da reforma politica (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Eduardo Cunha diz que Câmara não debaterá mudanças no ECA sem terminar a votação dos destaques e emendas apresentados à PEC da Maioridade PenalAntonio Cruz/Agência Brasil

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta quarta-feira que tentará convencer os líderes partidários a adiar para a próxima semana a votação dos destaques e das emendas apresentadas ao texto do relator Laerte Bessa (PR-DF). A ideia é ganhar tempo para que parlamentares e assessores estudem as propostas alternativas apresentadas, inclusive novas emendas. A coordenadora do Unicef acredita que os parlamentares e a população continuarão refletindo sobre o tema e rejeitando a redução da maioridade penal.

Sobre mudanças no ECA, proposta apresentada em debates no Congresso como alternativa a redução da maioridade, Casimira Benge disse que considera legítimo que após os 25 anos de aprovação o estatuto passe por uma avaliação, desde que não haja retrocesso na garantia de direitos.

O jurista com formação em direito e ciências sociais e ex-juiz federal, Sacha Calmon, defende o modelo conhecido como common law, criado na Grã-Bretanha, que adota a tese de que a pessoa capaz de entender o caráter criminoso de seus atos pode ser responsabilizada penalmente, independentemente da idade. A seu ver, a rejeição da redução da maioridade para crimes graves não atendeu aos anseios da população. “Pelas estatísticas que tenho visto, a maioria da população queria a redução”.

Calmon considera que, rejeitada a redução da maioridade penal no Congresso, seria preciso fazer mudanças no ECA para tornar mais rigorosa a punição aos crimes cometidos pelos jovens e aumentar o tempo de internação nas unidades socioeducativas. “Necessariamente vamos ter que dar um jeito nessa situação porque tem menores comandando quadrilhas e, inclusive, tem maiores entre os comandados”.

Editor Marcos Chagas
Creative Commons - CC BY 3.0

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