Negociações sobre cargos da CPI do BNDES desagradam lideranças do PT

Criado em 04/08/15 21h33 e atualizado em 04/08/15 21h51
Por Iolando Lourenço Edição:Armando Cardoso Fonte:Agência Brasil

As negociações para composição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não agradam lideranças do PT, que lutam para ficar com a relatoria, um dos cargos mais importantes da CPI. A presidência da comissão deve ficar com o PMDB, que indicou para o cargo o deputado Marcos Rotta (PMDB-AM). A comissão será instalada na quinta-feira (6).

Líder do PT, o deputado Sibá Machado (AC) informou que está trabalhando há dias para que a relatoria da CPI seja ocupada por um deputado do partido. O PT tem a maior bancada da Câmara, mas integra o segundo maior bloco partidário que também conta com PR, PSD e PCdoB.

Como o PT tem a relatoria da CPI da Petrobras, o PR reivindica a relatoria da CPI do BNDES e conta com apoio de lideranças de outros partidos para ocupar o cargo.

“Estou trabalhando nisso [indicação da relatoria] desde sexta-feira (31). Não estamos reivindicando a presidência, mas a relatoria da comissão. Quero ouvir meu bloco e reivindicar esse direito. Não estamos tirando relatoria de ninguém. Estamos propondo que o PT relate a investigação sobre o BNDES”, explicou Sibá Machado.

De acordo com o líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ), a composição e o preenchimento dos cargos de comando das CPIs da Câmara estão sendo discutidos entre os partidos. Segundo ele, o que está se buscando é um acordo para composição das quatro comissões ao mesmo tempo.

“O PT, assim como os demais partidos, precisa dialogar. Que eu tenha conhecimento, não há fechamento de acordo. Há um pleito pela relatoria do PR e do PSD, que são partidos do mesmo bloco do PT. O argumento é que o PT teve a relatoria da Petrobras. Dentro do nosso bloco, defendemos que o DEM tenha participação em uma das posições da CPI dos Fundos de Pensão”, acrescentou o líder do PMDB.

O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que não tem participação na decisão sobre preenchimento dos cargos em CPIS.

“Os partidos é que decidem. Cada legenda luta pelo seu espaço. O PT não está excluído das CPIs. Ele tem a relatoria da Petrobras. Os demais partidos também querem participar. É natural e faz parte do jogo. Por que o PT quer ficar com tudo? É uma questão de negociação entre eles. Não é o presidente que inclui ou exclui", concluiu Cunha.

Em julho, o presidente da Câmara criou as CPIs para investigar empréstimos do BNDES, maus-tratos contra animais, crimes cibernéticos no país e fundos de pensão. Elas deverão iniciar os trabalhos nos próximos dias.

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