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Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

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Da presidência da Câmara à prisão: relembre a trajetória política de Eduardo Cunha

Criado em 20/10/16 10h33 e atualizado em 20/10/16 13h08
Por Portal EBC*

O deputado cassado Eduardo Cunha foi preso ontem (19) em Brasília, no âmbito da Operação Lava Jato. O pedido de prisão preventiva do ex-presidente da Câmara dos Deputados foi emitido pelo juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato, na primeira instância.

Cunha é personagem de importantes acontecimentos políticos ocorridos desde o início de 2015, quando foi eleito presidente da Câmara dos Deputados. De lá pra cá, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por lavagem de dinheiro e corrupção ativa, aceitou o pedido de impeachment contra Dilma Roussef, renunciou ao cargo que ocupava, teve o mandato de deputado cassado e foi preso.   

Relembre os principais acontecimentos da trajetória política do ex-deputado nos últimos dois anos:

1) Fevereiro de 2015: Eleição para presidente da Câmara

Deputado Eduardo Cunha é eleito presidente da Câmara
Creative Commons - CC BY 3.0 - Deputado Eduardo Cunha é eleito presidente da Câmara

Wilson Dias / Abr

Eleito com 267 votos, Eduardo Cunha derrotou em primeiro turno o candidato Arlindo Chinaglia (PT-SP), que obteve apenas 136 votos. Com uma campanha montada em cima da insatisfação da base aliada do governo, Cunha, após a eleição, começou um processo de distanciamento e enfrentamento com o governo.

2) Julho de 2015: Rompimento com o governo e denúncias

O presidente da Câmara anunciou o rompimento com o governo Dilma Rousseff e disse que passaria a integrar as fileiras da oposição. Neste momento, o nome de Cunha apareceu envolvido em suspeitas de negócios ilícitos envolvendo contratos de empresas com a Petrobras e existência de contras secretas no exterior em seu nome.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, incluiu o nome de Cunha em uma lista de políticos suspeitos de integrar o esquema de corrupção e pagamento de propina envolvendo a Petrobras e investigados na Operação Lava Jato.

3) Outubro de 2015: Representação contra Cunha no Conselho de Ética

Uma representação do PSOL e da Rede, endossada por parlamentares do PT, PSB, PPS, PROS e do PMDB, pediu a cassação do mandato de Cunha, dizendo que ele mentiu em depoimento à CPI da Petrobras, em março, quando negou que tivesse contas no exterior. A representação foi fundamentada em documento enviado ao PSOL pela Procuradoria-Geral da República (PGR), após um pedido formal do partido. Os papéis já apontavam a titularidade de Cunha nas contas bancárias secretas na Suíça.

4) 2 de dezembro de 2015: Cunha aprova pedido de impeachment

Eduardo Cunha anuncia autorização do processo de impeachment de Dilma Rousseff
Creative Commons - CC BY 3.0 - Eduardo Cunha anuncia autorização do processo de impeachment de Dilma Rousseff

Valter Campanato / Agência Brasil

Horas depois de o PT retirar o apoio a Eduardo Cunha no Conselho de Ética, que já analisava a representação que pedia sua cassação, Cunha aprovou o pedido de impeachment apresentado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaina Paschoal. O gesto foi apontado por petistas como uma clara retaliação pela perda do apoio no conselho.

5) 16 de dezembro de 2015: Janot pede ao STF afastamento de Cunha do mandato

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal que afastasse Cunha de seu cargo. Para justificar o pedido, Janot citou 11 fatos que comprovavam que Cunha usava o mandato de deputado e o cargo de presidente da Casa para intimidar colegas, réus que assinaram acordos de delação premiada e advogados.

6) 5 de maio de 2016: Cunha é afastado do mandato

Ministro do STF, Teori Zavaski, pediu a inclusão do advogado Edson Ribeiro, no lista de “alerta vermelho” da Interpol
Creative Commons - CC BY 3.0 - Ministro do STF, Teori Zavaski

Nelson Jr./SCO/STF (24/11/2015)

O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, determinou o afastamento de Eduardo Cunha do mandato de deputado federal e, em consequência, da presidência da Câmara.

O ministro atendeu a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que apresentou denúncia acusando Cunha de tentar interferir na condução das investigações da Operação Lava Jato.

7) 7 de julho de 2016: Eduardo Cunha renuncia à Presidência da Câmara

Em leitura da carta de renúncia, Cunha disse que cedeu aos apelos generalizados de seus apoiadores. O deputado disse que era alvo de perseguição por ter aceito a denúncia que deu início ao processo de impeachment de Dilma Rousseff.

8) 12 de setembro de 2016: Cunha tem o mandato cassado

Eduardo Cunha é cassado
Creative Commons - CC BY 3.0 - Eduardo Cunha é cassado

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou por 450 votos a favor, dez contrários e nove abstenções a cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha. Com o resultado, Cunha perdeu o mandato de deputado e ficou inelegível por oito anos, mais o tempo que lhe resta da atual legislatura.

Com a cassação do mandato e o fim do foro privilegiado, os dois processos contra Cunha que tramitavam no STF foram transferidos para a Justiça Federal no Paraná e ficaram a cargo do juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância.

9) 19 de outubro de 2016: Cunha é preso

Cunha é preso
Creative Commons - CC BY 3.0 - Cunha é preso

Agência Brasil

O deputado cassado Eduardo Cunha foi preso em Brasília no âmbito da Operação Lava Jato. O pedido de prisão preventiva do ex-presidente da Câmara dos Deputados foi emitido pelo juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato, na primeira instância.

Entre os argumentos utilizados para justificar o pedido de prisão de Cunha, a força-tarefa de procuradores da Lava Jato afirmou que a liberdade do ex-deputado representava risco às investigações.

 

*Com informações da Agência Brasil

Creative Commons - CC BY 3.0

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