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Veja o que esperar da demografia médica brasileira nos próximos 17 anos
Criado em 10/06/13 13h07
e atualizado em 11/06/13 13h53
Por Noelle Oliveira*
Edição:Priscila Ferreira
Fonte:Portal EBC
Para que cada grupo de mil brasileiros tivesse à disposição 2,7 médicos para atendimento – proporção considerada meta pelo Ministério da Saúde e registrada atualmente no Reino Unido – seria necessário um aumento atual de mais de 168 mil médicos no Brasil já que, no primeiro bimestre de 2013, o País contabilizava pouco mais de 388 mil médicos registrados no Conselho Regional de Medicina. Com base no comportamento atual das escolas de medicina do País – considerando constante, mas pequeno, o aumento anual na oferta de vagas – essa proporção “ideal” será alcançada no Brasil em 2030.
A projeção faz parte da pesquisa Monitoramento da Demanda por Especialidades e Residências Médicas no Brasil em 2011, realizada pela Estação de Pesquisa e Sinais de Mercado (EPSM), ligada ao Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Caso não ocorra nenhum aumento nas vagas ofertadas para formação, o estudo mostra que a proporção ficará, passados 17 anos, em torno de 2,56 médicos por grupo.
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Já em um cenário em que o aumento no número de vagas nas universidades é de 5% até 2020 – e em que se consideram, ainda, outras políticas, como a chegada de médicos estrangeiros – a proporção de médicos por mil habitantes no Brasil chegaria a 2,81 profissionais em 2030, superando a meta. “Mas nenhum número pode ser tomado como o ideal, ou expressamente recomendado, não existe um número mágico. Se você tem uma distribuição ruim, existe deficiência de qualquer forma”, avalia o médico e pesquisador da ESPM, Sábado Girardi.
A pesquisa Demografia Médica no Brasil, patrocinada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) também analisa projeções e estima que em 2028 a quantidade de mulheres médicas na ativa superará a de homens, sendo respectivamente 50,23% contra 49,77% da força de trabalho médica. “Essa feminização da medicina também provoca alterações no cenário de médicos do País, já que a jornada de trabalho delas tente a ser menor”, destaca o também pesquisador da UFMG, o sociólogo Lucas Wan Der Maas.
Desde 2009, as mulheres são maioria entre os novos registros de médicos no CFM. Em 2011, eram 52,89%, contra 47,11% de homens. Elas também lideram o grupo de profissionais com 29 anos ou menos, com 53,31% em 2011. Com relação ao conjunto de médicos na ativa ainda estão em desvantagem, são 40,82%, contra 59,18% dos homens.
*Colaborou Léo Rodrigues
*Edição: Priscila Ferreira
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