Luiz Gonzaga, o Rei do baião

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Gonzaga enfrentou o preconceito e adotou o figurino do vaqueiro nordestino

Criado em 13/12/12 10h34 e atualizado em 18/03/16 15h15
Por Paulo Virgilio Edição:Tereza Barbosa Fonte:Agência Brasil [2]

 

Luiz Gonzaga 3
Luiz Gonzaga, o Rei do baião (TV Brasil )

Rio de Janeiro - Na trajetória que o levou à consagração nacional, um episódio é revelador do papel de Luiz Gonzaga em prol da cultura nordestina. Mais importante emissora da América Latina na época, a Rádio Nacional exigia que os cantores e músicos de seu elenco vestissem traje a rigor em suas apresentações no auditório.

Com o sanfoneiro não foi diferente. Quando começou a fazer sucesso, era de smoking que ele se apresentava. Certo dia, porém, ele descobriu que havia uma exceção: o também sanfoneiro Pedro Raimundo, gaúcho que fazia parte dos quadros da emissora, se apresentava usando a bombacha típica dos pampas.

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Gonzaga reivindicou o direito de usar um figurino que marcasse sua identidade nordestina, a exemplo do que o colega fazia com o Rio Grande do Sul. Ele apareceu na rádio com a típica vestimenta de vaqueiro da região, mas foi impedido de atuar pelo então diretor artístico da emissora, Floriano Faissal.

“Marginal, não. Roupa de cangaceiro aqui não”, teria dito Faissal. Em meados dos anos 1940, o traje típico do sertanejo nordestino ainda era associado ao bando de Lampião, morto pela polícia poucos anos antes, em 1938.

Contemporâneo de Luiz Gonzaga na Rádio Nacional, o veterano radioator e apresentador Gerdal dos Santos, que até hoje integra os quadros da emissora, confirma o preconceito. “Existia, de fato, naquela época, na cultura urbana do Rio, uma valorização do bolero, do foxtrote, das músicas que faziam a trilha sonora dos filmes americanos e, por conta disto, um certo preconceito com relação à música nordestina. E isto se estendia à vestimenta”, diz Gerdal.

Luiz Gonzaga foi aperfeiçoando o traje, que usava em suas apresentações fora da rádio, até que conseguiu impor na emissora sua imagem e o figurino. A partir daí, pôde trabalhar com o chapéu de couro e as demais peças que haveriam de ser sua marca por décadas.

Edição: Tereza Barbosa

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