Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro

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Corpo de líder comunitário do Complexo do Alemão é sepultado no Rio

Criado em 21/12/14 18h59
Por Cristina Indio do Brasil Edição:Nádia Franco Fonte:Agência Brasil [2]

Agentes da Divisão de Homicídios da Capital da Polícia Civil do Rio de Janeiro estão fazendo investigações e ouvindo testemunhas para apurar a morte de Luiz Antônio de Moura, presidente da Associação de Moradores do Conjunto das Casinhas, na localidade da Fazendinha, na comunidade do Complexo do Alemão, subúrbio do Rio. O corpo de Luiz Moura foi enterrado na tarde de hoje (21) no cemitério de Inhaúma, também no subúrbio da cidade.

Confira também no Portal EBC: PM do Rio muda 16 comandos de unidades de Polícia Pacificadora [3]

Ele foi atingido neste sábado (20) por disparos que partiram de ocupantes de um carro em frente ao Casarão da Cultura, na comunidade. O líder comunitário, também conhecido como Guinha, tinha 41 anos, era militante da causa gay e fundador do Grupo Diversidade LGBT do Alemão. Ele é um dos personagens do filme Favela Gay, produzido pelos cineastas Cacá Diegues e Renata Magalhães e relatou no documentário casos de perseguição a homossexuais e transexuais na comunidade.

Cláudio Nascimento, superintendente estadual de Direitos Individuais Coletivos e Difusos, fala no "Encontro LGBT em Comunidades", na sede da secretaria, na Central do Brasil(Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Para Cláudio Nascimento (E), superintendente de Direitos Individuais Coletivos e Difusos,esse crime não pode ficar impune Tânia Rêgo/Agência Brasil

O superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos e coordenador do Programa Rio Sem Homofobia, da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Cláudio Nascimento, que acompanhou o enterro, informou já ter encaminhado à cúpula da segurança pública do Rio denúncias que recebeu na manhã deste domingo, segundo as quais a atuação de Guinha para apoiar a implantação da UPP no Alemão e para realização da Parada Gay na comunidade provocaram descontentamento entre traficantes e líderes religiosos radicais, o que teria provocado o crime.

Segundo Nascimento, Guinha teve importante atuação nesta área no Complexo do Alemão. "Nosso papel, agora, é acompanhar o processo de investigação. O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, informou que está trabalhando no caso. Agora temos que chegar ao criminoso para que a morte de Guinha não fique impune. Uma das denúncias que recebemos era de que havia descontentamento com a realização da parada", disse Nascimento à Agência Brasil.

A outra denúncia falava sobre a participação de Guinha em eventos sociais e de cidadania ligados ao processo de pacificação no Alemão, acrescentou Nascimento.

Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), Leonardo Garcia dos Santos da Silva, de 18 anos, estava com Luiz no momento dos disparos e também foi ferido. Ele foi socorrido por moradores da comunidade, que o colocaram em um carro e o levaram para a unidade de pronto-atendimento (UPA) do Alemão. Depois de atendido na UPA, Leonardo foi transferido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, também subúrbio do Rio.

Os agentes da UPP preservaram o local do crime e fizeram contato com a Divisão de Homicídios (DH) para que fosse realizada a perícia. Após o trabalho dos peritos, o corpo de Luiz Moura foi levado pelo Corpo de Bombeiros para o Instituto Médico Legal (IML).

Ainda conforme a coordenadoria, não houve registro de confronto entre policiais militares e criminosos na região.

A DH aguarda a liberação médica de Leonardo para tomar seu depoimento. A direção do Hospital Estadual Getulio Vargas informou, porém, que o rapaz foi submetido a cirurgia e permanece internado na unidade em estado de saúde grave, mas estável. Não há previsão de alta para Leonardo.

Editor Nádia Franco

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