Apresentação durante a 7ª Bienal de Arte e Cultura da UNE, realizada em 2011 no Rio de Janeiro.

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Cinema brasileiro sofre com falta de distribuição, diz cineasta Cláudio Assis

Criado em 25/01/13 22h10 e atualizado em 07/07/16 16h46
Por Mariana Tokarnia Edição:Fábio Massalli Fonte:Agência Brasil [2]

Bienal da UNE em Olinda
Expectativa é reunir cerca de 10 mil pessoas nas atividades da bienal até sábado (UNE/Divulgação)

Olinda (PE) – Produzir um filme hoje no Brasil é difícil, fazer com que ele chegue às salas de cinema, à programação das TVs, é quase impossível até mesmo para os melhores filme do Brasil, o diretor de cinema Cláudio Assis fala com propriedade. Seus longa-metragens: Amarelo Manga (2002), Baixio das Bestas (2006) e Febre do Rato (2011) foram todos premiados nos principais festivais de cinema do país e todos receberam o título de melhor filme por um ou mais júris. Em debate na 8ª Bienal de Arte e Cultura da União Nacional dos Estudantes, Assis compartilha as dificuldades em ser cineasta e discute o cenário com especialistas e estudantes.

“Trabalhamos, lutamos, fizemos o melhor filme [Febre do Rato], mas ele não está nas salas do país. Circulou inclusive pela Europa, mas chegou a poucos cinemas brasileiros. A produção audiovisual brasileira não pode ficar só nos festivais. Temos que ocupar as salas, temos que melhorar a distribuição”, diz Cláudio.

O cineasta foi rebatido pelo diretor-presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Manoel Rangel, também presente no debate. Ele afirmou que o cinema ainda tem muitas falhas, mas avançou muito ao longo dos últimos anos. Segundo ele,  em 2003 o setor recebeu R$ 40 milhões do governo federal e R$ 100 milhões em leis de incentivo. Em 2012, houve um crescimento de mais de seis vezes, o investimento do governo passou para R$ 300 milhões e os incentivos mais que dobraram, alcançando R$ 250 milhões.

Os valores são destinados à produção audiovisual. A dificuldade maior está na hora de exibir as obras. São hoje  2,5 mil salas em todo o país, o que equivale a uma sala para cada 79 mil habitantes, de acordo com a Ancine. Rangel é otimista. “Em 2002, tínhamos uma sala para cada 95 mil habitantes. Uma pequena mudança, mas não podemos deixar de reconhecê-la”.

Além de não chegar aos espectadores, os filmes não seriam acessíveis. O cineasta amazonense Júnior Rodrigues faz parte do projeto Uayná Lágrimas, que viaja o país exibindo filmes com audiodescrição (para surdos) e videodescrição (para cegos e pessoas de baixa visão).  “Hoje não existem nem dados de quantos filmes acessíveis são produzidos, nem de quantos são exibidos. Viajamos a capitais e encontramos pessoas com deficiência que nunca tiveram acesso ao cinema”.

Cabe à Ancine a fiscalização de empresas produtoras, programadoras, distribuidoras e exibidoras, bem como aquelas que comercializam produtos e conteúdos audiovisuais. Rangel reconheceu que há falhas. “Existem brasileiros que nunca entraram numa sala de cinema”.

A 8ª Bienal de Arte e Cultura da UNE é considerada o maior evento estudantil da América Latina. As atividades vão até o próximo sábado (26) e incluem mostras de teatro, música e cinema, seminários de esportes, além de apresentações de trabalhos acadêmicos e de extensão. O tema desta edição é A Volta da Asa Branca, uma Homenagem ao Sanfoneiro Luiz Gonzaga, cujo centenário foi comemorado em 2012. As atividades são gratuitas e abertas à comunidade. A programação completa pode ser consultada no site da bienal. [3]

Edição: Fábio Massalli

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