Imagem: Instagram/Mimo Festival

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Paraty sedia festival que leva música instrumental a cidades históricas

Criado em 03/10/15 21h25 e atualizado em 18/03/16 15h20
Por Paulo Virgílio Edição:Kleber Sampaio Fonte:Agência Brasil [2]

 Surgido em Olinda, em Pernambuco, onde é realizado desde 2004, o Mimo Festival, que tem como proposta levar a música instrumental brasileira e internacional, em apresentações gratuitas, a cidades históricas, realiza neste fim de semana sua terceira edição em Paraty, na região da Costa Verde fluminense.

Um palco ao ar livre, cercado pelo casario colonial da cidade fundada no século 17, e a Igreja da Matriz, abriga hoje (3) e amanhã (4) atrações como o artista malinês Salif Keita, o violinista israelense Pinchas Zukerman, a violoncelista sul-africana Amanda Forsyth e a pianista canadense Angela Cheng.

Entre os brasileiros, figuram o Duo Milewski, Carlos Malta & Pife Muderno e a Orquestra Sinfônica Cesgranrio.

A abertura do festival foi na noite de ontem (2), com a apresentação do britãnico Jacob Collier, multi-instrumentista, compositor e arranjador, considerado um dos nomes mais inovadores do jazz contemporâneo.

A diversidade de gêneros e estilos dentro do vasto universo da música instrumental tem sido uma marca do Mimo, realizado também nas cidades históricas de Ouro Preto e Tiradentes, em Minas Gerais.

“Quando organizamos a programação, procuramos pensar nos diferentes públicos, em uma palheta sonora que combine o instrumental brasileiro com nomes internacionais da música contemporânea e também os instrumentistas da música clássica”, explica Lu Araújo, diretora geral e artística do festival.

Um exemplo é a abertura para a música africana, representada pelo músico malinês Salif Keita, que veio ao Brasil para esta edição do Mimo em Paraty. Conhecido como “A voz de ouro da África” e descendente direto do fundador do Império Mali,  Keita, que também é cantor, foi um dos primeiros artistas a extrapolar as fronteiras da música da parte ocidental do continente africano na direção do jazz, do rock e do funk. 

“A música africana passa muito pouco pelo Brasil e é bom que as pessoas entendam que ela possui uma grande diversidade de estilos”, diz Lu Araújo, para quem esta é uma contribuição importante do Mimo à ampliação do conhecimento musical.

Na área da música clássica, Paraty vai assistir neste domingo,  às 16h, a um concerto inédito do trio liderado pelo israelense Pinchas Zukerman, vencedor de dois Grammy. No repertório, obras de Brahms, Beethoven e Mendelssohn.

Ao longo dos anos, o festival foi gerando eventos paralelos, como os workshops e oficinas ministrados pelos artistas convidados, o Festival Mimo de Cinema, que exibe documentários e curtas sobre músicos e gêneros musicais, e a Chuva de Poesia. Neste evento, folhas coloridas, com poemas em tipografias especiais, são lançadas ao vento das torres das igrejas das cidades do circuito.

Após as apresentações nas cidades históricas de Minas Gerais, nos dias 16 e 17 deste mês, e antes do encerramento em Olinda, de 20 a 22 de novembro, o Mimo terá uma novidade este ano. Pela primeira vez, o festival chegará ao Rio de Janeiro, entre 13 e 15 de novembro.

“Decidimos trazer o festival ao Rio por alguns motivos, o principal deles é o aniversário de 450 anos da cidade. O outro é o fato de que é a cidade que concentra o maior número de prédios históricos e patrimônios naturais do Brasil”, conta Lu Araújo.

“É uma ideia nossa que vinha amadurecendo e foi potencializada no ano passado, quando dedicamos ao Rio um dos circuitos Mimo, que é uma edição menor do festival, que fazemos a cada ano em uma cidade diferente”, esclarece.

No Rio, o festival vai ocupar o Parque Lage, que além de ser um patrimônio histórico, abriga um casarão ligado à música”, disse Lu Araujo, referindo-se à antiga residência da cantora lírica Gabriella Besanzoni Lage (1888-1962), onde hoje funciona a Escola de Artes Visuais (EAV). Haverá também apresentações nas igrejas da Candelária e do Outeiro da Glória, além da Sala Cecília Meirelles, na Lapa, e da exibição de filmes no Cine Odeon, na Cinelândia.

Em seus 11 anos de existência, o Mimo, que conta com o patrocínio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), contabiliza números expressivos. São cerca de 900 mil espectadores, 300 concertos, 600 músicos participantes, 157 filmes exibidos e 18 mil alunos beneficiados com as atividades educativas do evento.

A programação completa está disponível no site www.mimofestival.com [3].

Creative Commons - CC BY 3.0

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