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Quantidade de livros escolares comprados pelo governo garante preços menores
Criado em 16/01/13 16h33
e atualizado em 16/01/13 18h41
Por Alex Rodrigues
Edição:Tereza Barbosa
Fonte:Agência Brasil [2]
Brasília - O pai do aluno de uma escola particular que adotar o livro infanto juvenil Memórias de Emília, de Monteiro Lobato, vai gastar, em média, R$ 22 para comprá-lo. Pelo mesmo livro, um dos 249 títulos selecionados pelo Programa Nacional de Biblioteca da Escola, que todos os anos distribui milhares de obras literárias às escolas públicas, o governo federal paga à editora R$ 5,10. Mesmo assim, as vendas para o governo federal representam um disputado mercado, conforme diz a presidenta do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, Sônia Machado Jardim.
A economia obtida em cada exemplar permite ao Fundo Nacional de Educação (FNDE) comprar e distribuir gratuitamente cerca de 140 milhões de obras didáticas, literárias e técnico-científicas para alunos de mais de 150 mil escolas da rede pública de ensino básico do país. Essa economia é obtida em função do volume de compras do governo. Só do livro citado, por exemplo, foram compradas mais de 55 mil cópias. Para efeito de comparação, o maior best-seller atual da Editora Record, da qual Sônia é vice-presidenta, vendeu cerca de 80 mil exemplares somadas as cinco edições já publicadas.
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"As vendas para os governos são muito importantes para as editoras. Numa conta rápida, dá para dizer que representam cerca de 28% do faturamento da indústria do livro. Principalmente as vendas para o governo federal, cujos programas do Livro Didático e Biblioteca da Escola têm tido uma continuidade que permite nos programarmos. No âmbito dos governos estaduais, nem sempre os programas [de livros] são mantidos", comentou Sônia. Ela revelou que as editoras estão preocupadas com a redução dos valores destinados ao Biblioteca da Escola. Segundo informações do site do FNDE, enquanto em 2012 foram investidos R$ 81 milhões, para este ano ano a estimativa é de R$ 66 milhões.
"Há muitas editoras, hoje, voltada para atender a este mercado. Daí a preocupação com os números de 2013. É preciso considerar até que ponto as editoras poderão manter os preços atualmente cobrados do governo se a quantidade de cópias for sendo reduzida", concluiu Sônia. De acordo com a coordenadora-geral dos Programas do Livro do FNDE, Sônia Schawartz Coelho, a redução do valor não significa que o total de livros comprados tenha diminuído, já que pode ser fruto da negociação com as editoras.
Na outra ponta, a mãe de dois ex-estudantes da rede pública que já concluíram a faculdade - um deles frequentou a Universidade de Brasília (UnB), uma das mais concorridas do país-, a dona de casa Maria das Neves de Araújo Alves considera “importantíssimo” o benefício hoje concedido a sua neta de oito anos, Letícia de Araújo Alves, aluna de um colégio público do Distrito Federal. "Para mim, [garantir] educação e saúde deviam ser as principais preocupações dos governos. Não sei se eles estão realmente preocupados ou se distribuem os livros e o material somente para dizer que estão fazendo algo”, disse.
Maria das Neves diz que o fato de a neta receber os livros didáticos “já facilita muito”. Ela defendeu o ensino público. "Não teríamos como pagar uma escola particular, mas eu também acho que o mais importante é o interesse, a vontade [de estudar] de cada um. Meus dois filhos estudaram a vida toda em escola pública e, graças a Deus, ambos conseguiram entrar em boas faculdades".
Edição: Tereza Barbosa
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